Ave Anonymus!

(um homem de pé com uma bata preta e com o pertencente capuz caído para trás. A acção passa-se numa cave escura, iluminada apenas por velas suspensas nas paredes de pedra áspera e marmórea; localiza-se ao centro uma velha mesa circular de mogno e varias cadeiras todas elas semelhantes em antiguidade e em forma (braços espessos que pareciam ter sido martirizados várias vezes aproximadamente no lugar do pulso). Vários sujeitos próximos da mesa, todos eles encapuçados, com um ar notório de transe profundo - os seus olhos vidrados, a sua cara pálida, a sua boca seca e mirrada - sibilando qualquer coisa imperceptível ao ouvido humano)

-Ave Anonymous!
Ave! (Chorus)



(após a saudação todos se sentam ao mesmo tempo mantendo-se apenas o primeiro homem de pé)

-Eis irmãos, aqui, um atentado à nossa malograda fé, um acto hediondo, que de tanta vergonha, nauseabunda crueldade, doentia e estúpida ousadia nunca antes havia sido cometido:

http://meninalimao.blogspot.com/2008/01/reposioupdate.html

(levantam-se todos)

-Ideias a Preto e Branco... Bendita seja a tua pálida ironia. Ámen (Chorus)

Homenagem aos Jornais Diários Gratuitos



"Globalmente falando, creio que foi dado demasiado Destak às infiltrações no Metro durante a última Meia-Hora."



A Minha Primeira Gramática




Baileys

Meto a chave à porta e rodo a maçaneta.
Corro para dentro e vejo que não está lá ninguém.
Subo dois lances de escadas seguidas e detenho-me perto da janela.
Vejo as cortinas esvoaçantes que voam a sair pela varanda como pombas brancas a tentar fugir de algo mais belo.
Lá estavas tu… nua, enrolada apenas num roupão de banho.

Foi mágico ver-te assim, era como se fosse irreal, surreal, ilusório…

A varanda era daquelas varandas grandes, de pedra, como existe em hotéis antigos daqueles estilo Paris, e no entanto estava ali… perto de mim, mesmo à frente dos meus olhos, contigo em cima.

Tu estavas a olhar para baixo com um copo de Baileys na mão, como se estivesses à espera de alguém (não me ouviste entrar.)

Eu continuava a olhar para ti maravilhado…
Como era possível que estivesses ali assim?!
Desgraçada!
Sem a mínima ideia do que se passava…
Bolas…

Começava a sentir aquele fogo interior a picar de dentro para fora. As minhas mãos começavam a tremer com medo do que estava para vir, mas tinha de ser feito.
Eu sabia que tinha de ser feito

Respirei fundo e sustive a respiração.
Avancei com passadas rápidas e decididas para a varanda.
Agarrei-te pelo cabelos e o roupão caiu, agarrei-te pelo pescoço e tu gritaste, empurrei-te para a morte e tu nada disseste.

Só me lembro da tua cara a virar-se para mim com alegria e depois com surpresa e por fim com medo.
Só me lembro da tua cara lívida quando jazias estatelada lá em baixo.
Só me lembro disso e de chorar.
“Porquê”.“Porque é que fizeste isto?”

Ora, é simples…

Quem é que te mandou tocar no meu Baileys?

V

"Voilà! In view, a humble vaudevillian veteran, cast vicariously as both victim and villain by the vicissitudes of Fate. This visage, no mere veneer of vanity, is a vestige of the vox populi, now vacant, vanished. However, this valorous visitation of a by-gone vexation, stands vivified and has vowed to vanquish these venal and virulent vermin van-guarding vice and vouchsafing the violently vicious and voracious violation of volition."

in "V for Vendetta"