(des)encontro de letras(ideias)

sE eu disser “bOLAS” TU DIZES “De PINg-PoNg?”
sE eu disser “PRETO” tu DIZES “AzuL EscurO”
sE eu DISSER “poRRA” tu DIZES “Oh Simão!”
sE eu disser “queijo” tu DIZES “fiambre”
sE eu DISSER “bolachas” tu DIZES “NÃOO”

Se eu disser
“Amo-te” tu DIZES “Eu também”

London...



"When a man is tired of London, he is tired of life"
Samuel Johnson

P.S. Imaginem isto neste sitio.

Tim Burton by Tim Burton



"É preciso ser uma pessoa muito especial para lidar com o processo"
sobre o processo de fazer filmes de animação

Seis pianos vs três Mãos (para os menos "atentos" é um trocadilho)




Ao criarmos este blog, eu e o Oamis, achámos importante, além de (tentar) criar cultura, difundirmos cultura. Desde o ínicio, descurámos um pouco esta última. Algo que não escapou à nossa ministra da Cultura, a Isabel Pires de Lima (eu e a Isa somos muito chegados).Ela disse-me logo que "levar a oferta cultural a todos os públicos é a nossa estratégia". Assim sendo, e mediante um pagamento do ministério (era bom era!), tentaremos, daqui em diante e de forma mais frequente, falar de cultura, mostrar cultura e sugerir cultura. Apreciaremos comentários, sugestões, opiniões, críticas...tudo para nos preenchermos, para crescermos e para, no fundo, vivermos. Eu sei que foi bastante parecido com aqueles discursos inflamados com nesgas de poesia frustrada. Mas o que é importante está abaixo:






A nossa parte:




Quase dois anos depois do concerto no CCB, a 25 de Novembro de 2005, que estava cheio até à pinha (esgotou), foi lançado o DvD do recital a seis mãos por parte do Laginha, Burmester e Sassetti.


Decerto que já ouviram falar deles, pois são dos melhores pianistas portugueses, principalmente, na àrea do Jazz. Estes três já se conhecem há mais de 20 anos e foram juntos por três pianos para tocarem obras de Béla Bartók, do próprio Sassetti, Johann Sebastian Bach, Mozart, Hovhanesse, Poulenc, Ravel, do próprio Laginha e do "nosso" "Zecafonso" (José Afonfo). Aconselho vivamente, não só para aqueles que gostam de música clássica, não só para aqueles que gostam de Jazz, mas para todos os que gostam de música - ponto .


Numa entrevista à Focus, falou-se de um possível próximo concerto onde interpretariam Ligeti. Confesso que não conheço este compositor de lado nenhum. Dele,apenas sei que morreu há um ano atrás. Mas hei-de pesquisar. A não ser que haja algum leitor iluminado que me possa elucidar...








  • Mário Laginha, completou o Curso Superior de Piano do Conservatório. É conhecido por tocar "caldeiradas" de jazz, música clássica e músicas do mundo, essencialmente com a cantora Maria João.




  • Pedro Brumester, tem como território natural a música clássica, sendo considerado um intérprete exímio de JS Bach. É o actual director artístico e de educação da Casa da Música.




  • Bernardo Sassetti, estudou piano clássico, sendo que é sobejamente conhecido como compositor e intérprete de jazz.


The Fake Bond

Naquele ambiente viciado lá me encontrava eu, noite após noite.
Era apenas um hábito.
Um mau hábito,
Sacava dum cigarro e sugava-o até que ele já não tivesse mais para dar.
Era sempre o mesmo ritual.
Ouvia a mesma banda a tocar simplesmente para viciar ainda mais o ar.
Era uma melodiosa balada (para acalmar os ânimos), mas mesmo assim viciava o ar de uma forma doentia.
Pedia mais um Dry Martini só com um levantar de braço (ele já sabia que era o do costume)
Aquela bebida insípida fazia sentir-me alguém.
Alguém que queria ser, mas não era nem podia, porque não existia.

I’m Bond… James Bond, dizia eu quando queria engatar uma menina, como se um Dry Martini me transformasse num James Bond.

Sinceramente em casa ria-me das minhas próprias figuras.
"You’re ridiculous Mr.Bond"

Mas a banda não parava de tocar, e eu puxava de outro cigarro enquanto tirava o chapéu e pedia um Dry Martini, e dizia para engatar uma miúda:

"I’m Bond. James Bond"

PRIMEIRO-MINISTRO SEQUESTRADO

Não querendo, de todo, que o nível de produção deste blog desça, achei interessante postar este mail que, dentro do lixo que recebo todos os dias, se destacou pelo bom sentido de humor. Para que fique explicito e se ainda conseguir ler isto, este texto não revela, necessáriamente, a minha opinião e /ou orientação política.

Um motorista pára no trânsito e alguém bate no vidro do carro. Receoso, ele baixa um pouco o vidro e pergunta: - O que é?

O homem diz: - O Sócrates foi sequestrado e o pedido de resgate é de 50 milhões de euros. Se o resgate não for pago, o sequestrador ameaça regá-lo com gasolina e incendiá-lo. Estamos a receber contribuições. Gostaria de participar?

O homem no carro pergunta: - "Na média, quanto é que cada pessoa tem doado?"

O outro responde: - Entre 5 a 10 litros ! "

Cláusula de salvaguarda: Face ao perigo dos Bufos súcia-listas, comunico que este mail não está a ser enviado por funcionário público durante o horário de trabalho; não está a ser enviado de um computador de um organismo público; não está a ser enviado de nenhum gabinete, nem mesmo do interior de uma instituição da administração pública; não existe nenhum bufo por perto; não é um comentário jocoso; não é um insulto; não trata o Exmo e Ilmo Sr. Eng. Primeiro-Ministro com sentido depreciativo e injurioso; garante a observação das orientações superiormente fixadas para a prossecução e implementação das políticas desenvolvidas pelo "QUERIDO LÍDER " ; não demonstra grave desinteresse pelo cumprimento dos deveres gerais de lealdade e correcção; não viola o dever de lealdade; não procura atingir o Sr. Eng. Primeiro-ministro; aliás, eu gramo o Sr. Eng. Primeiro-Ministro aos molhinhos; Viva o GRANDE LÍDER Sr. Eng. Primeiro-Ministro!!! Mais: se alguém bufar que fui eu a enviar este mail, eu nego - N-E-G-O." o Anónimo

in 24 horas

Porque carga de água é que toda a gente escreve posts sentimentalecos da treta?
Não vêm que isso está completamente fora?
Tipo…

Wow!
Acho que me fiz perceber, não?
Tipo… está aqui uma pessoa com problemas sérios para tentar resolver.
Problemas que só interessam a quem os tem, enquanto os outros se entretêm a escrever problemas inventados para os outros dizerem:
“Epá, escreves mesmo bem”
Ou
“Adoro ler-te”

Tipo… ‘tou farta desse tipo de cenas, ok?
Acho que não há respeito para com uma pessoa que tem problemas sérios.
O teu pai não te dá um enxerto de porrada quando chegas 2 minutos fora da hora pois não?

Pois…

“Vamos todos escrever sobre problemas graves que as outras pessoas têm e que eu NÃO tenho!”

Oba, oba!
Yes
Iupi…




Gnhhh!!!
AHHHHHHH!


Acabei de levar um enxerto de porrada do meu pai por estar a “gritar que nem uma histérica”
E sabem de quem é a culpa, não sabem?

“Oba, vamos escrever sobre uma miudita que estava a escrever um texto para reclamar com as pessoas que escrevem textos sobre miuditas a levar enxertos de porrada dos pais”

in 24 Horas

Em busca de alguma inspiração, a olhar para a folha branca do Word e para o pequeno cursor a piscar hipnoticamente, começo a ouvir aquele pequeno mas constante marchar da chuva a chegar e a marcar o compasso. Troveja, relampeja! O sol já foi e, digam o que disserem os equinócios, o Outono é como se já tivesse chegado. A Natureza a compor melodias outonais, qual Vivaldi, faz-me sentir vivo! Vivo para recomeçar a escrever, vivo para recomeçar a opinar, vivo para recomeçar a compor, vivo para me embriagar de imaginação e depois desabafar estas tentativas de arte (umas mais frutíferas que outras). Escreverei em breve, Rubeus, o Gallo.

Tarantino's Way

“Epá, foi em 85 'tás a ver?
Ano seco!
Não havia erva 'pa ninguém, e eu conhecia uma gaja hippie...
Ya, as hippies dão grandas fodas mas não é isso, a gaja tinha erva pá!
Filha da puta de erva fresquinha e queria despacha-la.
Eu conhecia uns gajos que andavam a desesperar por aquela merda e então eu aceitei vender na boa.
Mas epá, eu não sou um dealer 'tás a ver? Não é a minha cena, mas 'pa desenrascar a gaja... Epá, mas depois aquela merda começou a correr mal...
Um cabrão conta a outro e de repente metade dos filha da puta dos Estados Unidos já sabia que eu vendia.
Então eu queria deixar aquilo mas a gaja lá me convenceu (filha da puta! e de que maneira). Começou-me a dar 10% de lucro...
Epá, mas um dia...
Foda-se...
Ia fazer uma entrega numa estação de comboios.
Ya, vê lá, numa estação de comboios...
O gajo era marado dos cornos.
Então eu precisei de ir à casa de banho.
Agarrei no saco cheio daquela merda e fui.
Quando cheguei à casa de banho estavam lá três bófias com um pastor-alemão.
O meu coração ia parando... O pastor-alemão estava a ladrar p'ra mim caralho, o gajo sente o cheiro daquela merda.
Eu lá fiz o meu serviço normalmente.
Quando fui lavar as mãos os bófias estavam todos a olhar directamente para mim...
As minhas mãos estavam todas suadas caralho!
De repente lá tive um momento de lucidez.
Agarrei no saco e vim-me embora.”

Foda-se

Prokofiev

E lá se encontra ele com o seu ar de extrema importância, como se não houvesse nada nem ninguém que percebesse tanto do assunto como ele.

Entra naquele auditório que parece ter mais de 100 anos (na realidade tem) e olha com desdém para tudo quanto é lado.
Vêm-se cadeiras com os seus assentos meio desfeitos.
Não existe uma cadeira intacta.
“Podridão” pensa ele sem que ninguém saiba.

Senta-se no entanto numa cadeira que lhe parece menos tocada.
“Merda” pensa no segundo a seguir. A cadeira tinha soltado um rangido que tinha despertado toda a plateia.
Podia estar num sitio desagradável, com um cheiro a mofo insuportável, com as cadeiras a caírem aos pedaços, num sitio em que a única coisa aceitável e com a dignidade de não estar num museu era um imponente piano de cauda negro que se encontrava no cimo de um palco, ele mesmo em pior estado que a sala no geral.

Isso motivava-o a estar ali naquela manhã.
Quando começava a rever mentalmente o seu plano para o resto da manhã é interrompido pelo júri que acabara de entrar.
“Desgraçados. Devem perceber muito de música, devem. Nem sabem distinguir uma dissonância duma desafinação” voltou a pensar.

Antes de ter tempo para voltar a insultar mentalmente o júri da audição, entra o aluno e dirige-se ao piano num passo nervoso.
Era um jovem alto, com o cabelo encaracolado e com um ar de génio estranhamente invulgar.
Sentou-se então ao piano depois de, com apenas um gesto, pedir permissão ao júri para começar.

Começou freneticamente a tocar.
Ele apreciava com um brilho nos olhos.
De inicio o aluno tocou um ensaio bastante fortíssimo e com uma potência digna de um mestre.
Ele estava encantado.

Dentro da sua mente viu logo o futuro do rapaz, viu ali um génio, viu que o rapaz estava no fim do curso e que iria ter uma brilhante carreira.

Voltou-se para trás e viu também um júri deslumbrado com a maioria dos seus elementos de queixo caído.

Aproximava-se a prova mais difícil, mas ele estava ciente de que essa prova seria facílima para o jovem talento.

Era de Prokofiev.
Começou muito bem, cheio de força, cheio de garra, cheio de virtuosismo.
Ia a caminhar a passos largos para o final, já com o suor a correr-lhe a cara.
“Uma peça dificílima” pensou mesmo ele.
“Dificilmente a tocava” começou ele a recriminar-se
“Não acredito! Chega aqui um geniozinho e rouba-me o lugar” pensou ele enraivecido.

As suas feições tinham mudado.
Há momentos abismado com o talento, agora encontrava-se com uma cara invejosa e exasperada.
“Não pode ser” bradou ele num tom baixo mas furioso

Falara pela primeira vez…
Ninguém olhou para ele, nem mesmo o aluno.

De repente, o aluno engana-se em apenas uma nota.
Podia ser até tomada como uma dissonância mas para o ouvido dele isso era uma “corda partida”

Dum só impulso ouve-se um baque.
Vê-se o corpo do aluno a tombar morto por cima do piano fazendo um completo martelanço intolerável.

Todas as atenções se viraram para ele, mas ele apenas disse calmamente mas sem sequer tentar esconder aquele ar de sadismo e de inveja saciada.

“Desafinou”


Homem Comum Italiano

Giacomo Manfredi é um homem comum.
39 Anos, emprego estável numa fábrica de lâmpadas (emprego detestável), casado, infeliz, telemóvel rasca, casa nos subúrbios, caneca do leite com a asa partida… tudo o que um homem não quer ter:

- Para começar tem 39 anos, logo, apenas mais um ano e já é um quarentão.

- Fábrica de Lâmpadas? O que é que será o bónus anual? Uma caixa de lâmpadas novinhas de halogéneo?

- Casado? Um típico italiano não se quer casar, quer apenas ter 3978 mulheres até aos 60, enriquecer e aos 67 casar com uma loiraça rica de 20 anos.

- Infeliz… Palavras para quê?

- Telemóvel rasca… Bolas! Já não bastam todas as razões referidas atrás e o pobre homem nem sequer pode fazer inveja aos colegas de trabalho com um telemóvel de ultima geração?

- Caneca do leite com asa partida?! Qual é o homem que com 39 primaveras bebe leite? E ainda mais numa caneca. Aposto que é uma caneca com carochinhas às cores… E o pormenor da asa partida denota uma certa falta de dinheiro (justifica-se. Fábrica de Lâmpadas, lembram-se?), ou mesmo de interesse, pois se bebe nela todas as noite porque é que não se dá ao trabalho de comprar uma nova?

Giacomo tem uma rotina…

Giacomo é um homem comum...
Bom…
Talvez Giacomo não seja um homem comum, talvez Giacomo seja o homem comum italiano.

Viva à Inactividade!






Viva

Sangue na Barbearia...-Um Título que Lembra os Antigos Filmes de Terror

Tenho lido um livro muito interessante. Chama-se Crimes Exemplares de Max Aub. Neste livro os assassinos explicam o porquê dos seus terríficos e insólitos actos. Estas histórias são descritas de uma forma tão sincera (quase lógica) que chegamos quase a compreender e a concordar com o assassino. É absurdo. Mas eu divirto-me porque sou um pouco sádico (o que não quer dizer que deseje o mal às pessoas...quer dizer...). Bom. Mas o que me aconteceu foi estranho. Estava eu na barbearia, para cortar a carapinha, já grande, e, no momento em que o senhor agarra na navalha, lembrei-me duma das histórias mais ... estranhas ( é único adjectivo que encaixa aqui) do livro - o Barbeiro.


"Sou barbeiro. É uma coisa que pode acontecer a qualquer pessoa. Quero dizer que até esse dia fui um bom barbeiro. Cada qual tem as suas manias, eu não gosto de borbulhas.Aconteceu assim: comecei a barbeá-lo calmamente, ensaboei-o com habilidade, afiei a navalha no braço da cadeira e suavizei-a na palma da mão. Sou um bom barbeiro! Nunca cortei ninguém e ainda por cima esse tipo não tinha uma barba muito espessa. Mas tinha borbulhas. Devo reconhecer que nas suas borbulhas não havia nada de especial, no entanto, incomodavam-me, enervavam-me, revolviam-me as tripas.A primeira, contornei-a bem, sem grande dificuldade, mas a segunda começou a sangrar. Então, não sei o que me deu, acho que é uma coisa muito natural, aprofundei a ferida e depois, sem poder deixar de o fazer, com um só golpe, cortei-lhe a cabeça." by Max Aub in Crimes Exemplares.

Era de manhã. Tão fria que os próprios pinheiros se encolhiam. Acordei com o vento. Zumbia tanto que parecia lamentar a morte de um filho. Passava, desvairado, e, como que errante, embatia em tudo o que visse. Fiquei a ouvi-lo. Senti-me como que embalado naquele pranto. Senti-me arrebatado do resto do mundo. Apenas ouvia aquele arrepiante lamuriar.
O aroma de camomila, típico da minha mulher, prendeu-me à terra. Era isso e a fragrância que as panquecas, acabadas de fazer, lançavam no ar. Senti aquele impulso animalesco que nos impele a partir em busca da presa, neste caso, as panquecas.
Levantei-me, calcei os chinelos, vesti o robe e desci as escadas. Cheguei à cozinha e deparei-me com três doces – a minha mulher, que logo me contemplou com um beijo com sabor a mel, o meu cão, o Bob, e as panquecas pelas quais tanto ansiara.
A minha mulher tinha se esmerado! Aquelas panquecas douradas e redondas, regadas com as primícias do mel, que eu já provara nos lábios da minha mulher, acompanhadas de um leite que, de tão morno e doce, era como o leite que me amamentara durante os meus primeiros tempos de vida...Hum! Desfrutei aquele momento – uma vida quase perfeita. Todas as manhãs, descia do quarto, inspirava o ar impregnado do aroma de camomila da minha mulher, beijava-lhe os seus lábios de mel, brincava com o cão, comia as minhas panquecas e o meio leite morno e, daí em diante, teria a certeza que o dia correria bem.
Mas nessa manhã algo se passava de estranho. Já nem a lareira e o robe eram suficientes para me roubarem o frio. O vento zunia e bradava, parecia que, naquela manhã, juntara todas as suas forças para chorar e espalhar a sua dor. E eu sentia-me triste também. Não compreendia. É como se o vento tentasse compartilhar a sua dor comigo.
Nesse dia houve um incêndio que queimou dezenas de hectares da floresta. Estima-se que morreram queimados vários veados e lobos que não conseguiram fugir. Aquela bela floresta transformara-se num lugar de carnificina; onde outrora viviam animais selvagens, jaziam agora os corpos, que lentamente iam sendo consumidos pelas chamas.
Nesse dia o vento chorou perante a sua floresta de luto.


Anos mais tarde, de manhã, fui acordado. Desta vez não fora o meu fiel amigo vento a acordar-me – passando pela casa, como fazia todas as manhãs – foi a minha mulher, com o seu apetitoso beijo e a sua famigerada fragrância. D’entre os seus dentes de marfim e os seus olhos cintilantes, deslindei algo de diferente, algo de especial, um sorriso tamanhamente alegre – Que se passa mulher?! – perguntei já aflito de tanta ansiedade - Vamos ter um filho! – respondeu num tom meio nervoso. Tudo me pareceu estranhamente fantástico, uma alegria no peito que parecia nem caber dentro de casa.
Passaram-se sete anos e o meu filho era a alegria da casa. Era inteligentíssimo, alegre, educado, feliz, bondoso, meio irrequieto e estava sempre a falar – um espírito da Natureza. Brincávamos muitas vezes juntos, eu ensinava-lhe os trilhos, as fontes, o respeito pelos animais, íamos pescar, corríamos com o Bob... Por vezes passávamos o dia inteiro fora de casa a correr pela floresta, ou porque tinhamos uma doninha enfurecida atrás de nós, ou porque éramos perseguidos por um enxame de abelhas.
Uma vez, enquanto apanhávamos ramos secos para lenha, ouvimos vozes humanas, o que era estranho, pois a aldeia mais próxima ficava a mais de trinta quilómetros. Aproximavam-se furtivamente, como se procurassem algo sem quererem dar muito nas vistas. Parados, escutámo-los a aproximarem-se. Eles não nos viam nem nós os viamos pois estavam ocultos pela folhagem. Pararam. Combinavam algo... De repente ouvem-se motosserras. Era tal chinfrineira que ficámos petrificados. Os pássaros voavam e dava o alarme, viam-se folhas a mexer, animais a fugir e nós ficámos ali. Antes que pudéssemos reparar, já as árvores estalavam e começavam a cair. Caíam de todos os lados. Ali. Aqui. Mais perto. Estamos cercados. Desorientado, agarrei a mão do meu filho e corremos... Mas era tarde de mais. A árvore esmagou-lhe o crânio. Morte imediata. À minha frente. Só quando terminaram o derribar das árvores é que me encontraram. Ali, especado. Atónito. Apenas as lágrimas expressavam a minha dor. Pânico.
Nessa noite chorei. Mas não chorei sozinho. Nessa noite compartilhei a minha dor e o meu pranto com o vento. Juntei a minha tristeza e dor à dele.
Nessa noite a lua estava de luto.

Sei Parte di Me


Estás a ver aqueles textos escritos no comboio com os pés em cima do banco da frente?
Não, não é um desses textos que estou a escrever.

Tenho os pés bem assentes no chão.
Estou a ouvir “Sei Parte di Me” e não estou decididamente dentro de um comboio, mesmo que a minha cadeira tenha rodinhas.

Se bem que na verdade me apetecia estar num comboio…
Sozinho…
Para poder escrever-te calmamente como estou a fazer agora.

No entanto apetecia-me ao mesmo tempo estar a ouvir “Sei Parte di Me” e estar com os pés em cima do banco da frente.

Apetecia-me estar sozinho num comboio que corresse para bem longe daqui, que parasse em vários sítios para nunca entrar ninguém, e no fim, mesmo na ultima paragem, queria que entrasses tu no exacto momento em que eu fosse a sair.

Tu não me ias ver.

Eu ia-te ver à última da hora… Mesmo quando as portas já estivessem a fechar…

E aí…
Eu só ia ter tempo para uma coisa.



Amo-te


P.S.: A carta está presa entre as duas portas, quando leres por favor volta.

Mentiu


Vou acordando lentamente deste breve mas pesado sono.
Pouca a pouco vou-me apercebendo de que provavelmente seria melhor que nunca tivesse acordado…
Cheguei mesmo a pensar que dum sonho se tratasse pois tudo aquilo me parecia demasiado surreal.

Todo o ambiente daquele vulgar comboio se havia mantido, apenas a aparência dos demais transeuntes se tinha alterado.
Duma forma estranha todos eles pareciam agora árvores… mas falavam e vestiam como se normais fossem.

Segui sentado no meu lugar sem demonstrar grande espanto, coisa que de facto se mostrou difícil, porque, na verdade, todos pareciam olhar para mim como se o estranho fosse eu no meio de todo aquele mato falante.
Respeitando as regras da boa educação lá consegui sair dali, com uma certa dificuldade devido às mais variadas ramificações que todos aqueles corpos de madeira tinham.

Saí…

Não vi nada… nem ninguém…
Tinha sido o único a sair naquela paragem…

Depressa constatei que tudo estava tão semelhante ao habitual… Excepto porém, o nome da paragem e consequentemente o nome da terra.

Olhei em volta para ter a certeza de que não me tinha enganado na paragem.
Depressa vi que o local era de facto o mesmo…

Aos poucos, fui-me dando conta duma mudança radical.
O vão de escadas tinha sido convertido num poço para onde vários anões de gesso saltavam alegremente sempre com aquela cara sinistra.

Passado pouquíssimo tempo comecei a sentir que aquele poço sempre lá havia estado e que era completamente normal existirem anões de gesso a saltar para dentro dele!
Saltei também e senti-me a cair no vazio…
Sempre a cair…

Cair…

Aos poucos…
Sempre aos poucos…
Comecei a sentir a perda da materialidade do corpo.

Mas, sempre a cair…
Sempre…

A queda tornou-se rotina… um hábito…
Como não ter corpo se tornou também um hábito…

De repente sinto um golpe forte sem dor…
Golpe no que me faz escrever…
Golpe no que me faz pensar…
Golpe na mente…

Na Mente…
mente…



Mente!

A Mente mente…
e…

Mentiu!

Tratado Anti – Floribella




Abaixo a estupidez!! É a frase que gostaria que fosse gravada nas nossas mentes. E porquê? Porque meio mundo anda a ficar (mais) estúpido ao ver um certo programa que nos passa atestado de estupidez com uma nota de vinte! O que me repugna ainda mais é sermos complacentes em deixar que as nossas crianças vejam este tipo de...de... de lixo .
Eu, já há tempo, que apelo ao mundo que não se deixe levar por este mundo floribelliano* , alegando que não é saudável. Já fui, inclusive, difusor da opinião de que a telenovela Floribella era um plano maléfico de Espanha, para conquistar Portugal começando pelos mais novos, enfraquecendo-lhes os neurónios, aumentando-lhes o Q.E.** e diminuindo-lhes o Q.I.***! Portugal, enquanto deixar que o crescimento dos seus futuros cidadãos, as crianças, seja influenciado por este tipo de coisas que os faz passar por mentecaptos e não como seres humanos com massa cinzenta isto não vai andar para a frente ou como diz o ancião do Povo :
Isto é andar para trás e para trás “mija” a burra!!

Portanto eu faço um apelo : Abaixo a estupidez!! E se por acaso se tem sentido atraído/a a ligar a televisão no canal tal para ver a telenovela Que-Nós-Sabemos, não corra a cortar os pulsos, ainda que seja apelativo, contacte-nos, que teremos muito gosto em salvar este mundo da estupidez.


*mundo floribelliano : tudo o que diz respeito à Floribella e tudo o que é, pirosamente, retrógrado.

**Q.E.:Quoficiente Emocional

***Q.I.:Quoficiente de Inteligência

Esquadra


Fui eu cumprir o meu dever e direito de cidadão – apresentar queixa do roubo da minha carteira (que por acaso ocorreu há quatro meses atrás) com vista receber o certificado de roubo e etc.…Após diversas tentativas, fui à esquadra de Queluz onde aguardei cinco minutos. dez minutos. quinze minutos. Até que o chefe lado sítio [sim porque eu soube logo quem era O CHEFE, porque quando me deparo com aquela barriga-barril, com aquela cara cicatrizada, com aquele olhar todos-me-devem-e-ninguém-me-paga, percebo logo quem era o manda-chuva lá do sítio. Isto tudo e a placa que dizia Chefe Simões (nome fictício)] veio ter comigo e, após contar-lhe o sucedido, deu-me um raspanete por eu me ter demorado quatro meses a apresentar queixa, o que demorou três minutos.
Após o sermão, disse que trataria do meu assunto mal recebesse um fax e atendesse uma senhora, na qual eu ainda não tinha reparado. Eu e a senhora aguardámos ordem de entrada. A senhora é chamada. Eu aguardo. dez minutos. vinte minutos. quarenta minutos. A senhora parece que se vai levantar para sair - mas não - apenas ajeitou as calças. Mais cinco minutos. mais dez. A senhora sai. Será agora – pensei eu esperançosamente. Vou ter com o dito chefe que encontrava a fumar na recepção onde estavam afixadas duas placas a dizer PROIBIDO FUMAR. Fui ter com ele com brandura - embora ainda um pouco magoado com o raspanete – e perguntei – Olhe, desculpe, sabe se vai demorar muito? – e isto muito inocentemente! Ao que ele respondeu – Olhe, não sei, já acabou o meu turno. Agora é com o meu colega. Tudo depende dele... - O QUÊ?? - gritou-se na minha cabeça - Obrigado - respondi eu contendo a ironia.
Passara, cinco e dez e quinze minutos e eu esperado ser atendido em breves instantes, até qu.. ouve-se um choro (ai maldito choro!!). Era uma miúda inconsolável que vinha com a sua mãe. Tinha sido assaltada. E claro, alegando o facto de ter sido assaltada há menos de quinze minutos (!) tem prioridade. Depois deste todo sofrimento e mais algum (uns vinte minutos) fui atendido por um homem, dito chefe, com tiques estranhos na mão, que perguntou o meu nome pelo menos três vezes e não sabia se havia de escrever biciclete ou bicicleta. Nesta sala encontravam-se dois a três policias. Quando cheguei estava a dar na tv os morangos com açucar e passados cinco minutos chega um polícia e muda para a floribella (!). Por isso é que a nossa polícia funciona como funciona! Um dia ainda hei-de escrever um tratado anti-floribella!

Quase...Partido


Está prestes!
Mesmo quase!…

Prestes a cair…

Quase…
Quase…



Merda!

Não cai!

- “O quê? Não cai?”

Não! Não viste?

- “Ai, e agora?”

Agora… Atira-se outra vez, calma

- “Vai lá, força”



- “E agora?

Agora? Agora nada, foda-se! Não cai…

- “Lança outra vez”



Ai, foda-se… Partiu-se… Cortei-me

- “E caiu?… Caiu?”

Ai, foda-se… Não!

- “Não? Como não?”

Não caiu!

- “Então não conta… Faz outra vez”

Outra vez? Como outra vez? Não há copo!

- “Não há copo? Então faz-se contigo… e desta vez atiro eu… Assim não me corto de certeza”

Morri.


Acordo. Oiço a chuva a cair no telhado e a lacrimejar na minha janela.

Um dia cinzento, cheio de tristeza e de pranto. Oiço-me respirar. Oiço dentro de mim o cantar de um coro, cantando um som triste e profundo. Deitado. As lágrimas percorrem-me a face. É como estivesse sozinho no mundo. Só. Triste. Não havia ninguém. Estava morto.

Ali, deitado, continuava a ouvir o coro a cantar ao compasso da chuva. Naquele dia cinzento morri. Estava leve. Vazio. Calmo. Não estava. Não existia.

E o coro cantava em pranto a minha morte e a chuva chorava a minha perda.

Durante mais de dez minutos fiquei ali, a olhar o vazio do meu tecto branco. Não estava ali. Durante dez minutos eu morri. Durante dez minutos estive só.

Hollywoodescamente

Desço a rua com um passo apressado!
Hollywoodescamente vou ultrapassando várias pessoas que aparentemente parecem banais e dispensáveis.
Nitidamente já estava farto de estar ali dentro…
Saí porta fora como se o mundo fosse todo meu!
Tiro a gravata, e como se não me tivesse custado os olhos da cara atiro-a ao chão caindo esta no meio de cimento ainda não solidificado.
O preto que lá estava chamou-me todos os nomes que se lembrou mas simplesmente lhe disse

“Se quiser fique com ela”

Continuei o meu percurso apressadamente.
Pisei merda e sem pensar, descalcei os sapatos e as meias como se em casa estivesse e deixei-os no meio do passeio!

Continuei o meu percurso sem rumo certo.
Estanquei de repente…
Pensei durante segundos…
O meu raciocínio, pouco desenvolvido, foi interrompido por um pombo que passou.
Tirei a camisa e entreguei-a à mulher que me vinha a ultrapassar naquele momento. Agarrou-a e ficou a olhar para mim como se nunca tivesse visto um louco.
Arranquei, enquanto que ela tomava o meu lugar de pessoa imóvel ali parada à espera de um pombo.

Em frente!
Um skate! Escorreguei! Caí!
Sangue! Uma lágrima!

Tirei as calças e fiz com que o miúdo as engolisse.

Adiante naquele percurso que nunca mais acabaria…


Não podia acreditar que estava meio nu no meio da rua em frente a um cabaré.

De repente vi uma máscara…
Pus a mascara. Levei um tiro. Morri…

Estupidamente Perdido

Estou estupidamente perdido quando parece finalmente que me encontrei!


“Inexplicável” – disse…

O nosso futuro é a nossa Terra do Nunca… Parece que nunca lá chegamos, e quando parece realmente que nos estamos a aproximar, ela afasta-se de nós com uma rapidez espantosa…
É o mágico da Terra do Nunca…
Só lá chegamos quando não pensamos atingi-la, chegamos quando menos esperamos, quando o nosso desejo de lá chegar é tão grande que supera a própria vontade sedenta de futuro…

É o completo nada que é tudo, é um mito por poucos tornado realidade e que aos nossos olhos parece irreal…

Um espelho aberto para a entrada intemporal no mundo do Nunca.

Parece que não estou assim tão preparado para lá chegar!

Enquanto e não, vou-me iludindo com a mágica beleza de quem lá chegou e de quem não quer por nada voltar…





Eu sou a prova natural mais perfeita da imperfeição. Tu és a portentosa personificação da mais pura ingenuidade
Fabrizio Denaro

La Palice

Rui Mateus, finalista da faculdade de Filosofia, futuro professor de Filosofia e possivelmente futuro pensador de renome.
Pensou durante 4 milésimas de segundo, levantou-se da cadeira na aula de Filosofia e disse

-Tenho uma dúvida há já muito tempo que gostaria que me respondesse…

Há vida depois da morte?

Ao que o professor, um já velho sábio, pensou apenas por duas milésimas de segundo e sabendo que não podia contornar a questão levantou-se e disse

-Claro que não, homem.

Em contrapartida, há morte depois da vida!

"Volta Salazar Que Estás Perdoado!"


Volta Salazar que Estás Perdoado!

É o que oiço dizer da boca dos nossos avós e de algumas gentes cuja faixa etário se encontra acima dos 45 anos.

- (…) Isto a culpa é do Governo! No meu tempo não era assim! Volta Salazar que estás perdoado!

Sempre o mesmo discurso que tem como raiz o descontentamento com qualquer Governo, que, na sua opinião, não governe como deveria.

Certo é que, todo este discurso, é extremamente exagerado. Ninguém quer voltar a ser perseguido apenas por ter uma opinião diferente, ninguém quer ser controlado e "protegido" da realidade, ninguém quer voltar aos tempos de torturas e ocultações - Ninguém quer ter um Pai ditador. Mas a verdade é que Salazar não é só o lado negro da história. Nos tempos de Salazar houve patriotismo, foram construídos hospitais, escolas, centros de saúde, pontes, craiaram-se empresas nacionais...Mas também houve guerras e mortos e feridos e sangue...

A verdade é que, passados, quase 33 anos da queda da ditadura e 39 anos da queda da sua cadeira (a sua morte)...

Grandes Portugueses: Salazar 22 mil votos à frente na votação

Na votação para o programa da RTP1, «Grandes Portugueses», Oliveira Salazar encontra-se à frente de Afonso Henriques, com 22 mil votos de diferença, registando um total de 52 mil telefonemas. Álvaro Cunhal caiu para terceiro lugar, com 25 mil votos apurados. “ in Diário Digital

E os mais comunistas não acham piada nenhuma! Cambada de fascistas!! Álvaro Cunhal em terceiro?! Blasfémia (salvo seja, talvez não devesse atribuir uma conotação religiosa a algo de tão laico que é o discurso do comuna, as minhas desculpas, caros "camaradas").

Surgiu o interesse em tornar a casa onde Salazar nasceu numa Casa Museu, algo que encolorizou os mais esquerdinos, que viram isto como um atentado à democracia (??).

Porem a luta continua. E o Povo Unido decidirá quem foi o Grande Português.

Bem, seja o que Deus quiser! ( se os comunistas não se importarem)

Muralha

Era completamente diferente…
Era longe daqui…
Era a milhas de distância…
Era inatingível…
Era transcendental

Era…

Um mundo à parte!

Cruzava-se o espelho e lá estava: uma grande muralha reluzente, sem qualquer hipótese de sequer espreitar para o infinito.
Era lindíssima, e ninguém a conhecia, apenas eu, e mesmo assim, estava fechada a 7 chaves, como qualquer outro sítio secreto.
Só de pensar naquela primorosa criação de apenas um só ser, ficava completamente esgazeado…

Tal Santo Graal… e eu estava ali diante dele, contemplando apenas a sua enorme e infinda perfeição, ficando no entanto já maravilhado com apenas aquele portentoso início!

Era mágico! Em apenas uma palavra era essa a definição correcta!

Veio-me a ideia Deus… Aquele maravilhoso ser perfeito criador de todos, incluindo de si próprio… Não tinha sido sua criação!

Às vezes tinha a tentação de olhar para trás, e quando o fazia apenas encontrava o nosso mundo material, ruínas apenas daquela maravilha mística que tinha diante dos meus olhos…

Um espelho era a passagem para uma entrada naquele mundo que de nosso tinha pouco…
Era apenas uma muralha… mágica no seu conteúdo e presumivelmente banal aos olhos de outrem…

“Inexplicável” – disse…

Inspiração sagrada esta que me conferia…
Escrevi sentado no nada… escrevi durante uma vastíssima eternidade que pareceu ser mais do que alguma vez poderia viver!
Conclui por fim que nada tinha escrito, e que no entanto tinha escrito tudo o que poderia escrever!

Vinha embora… literalmente a morrer… adoecendo e apodrecendo como qualquer mancha apodreceria diante da perfeição

Preparava-me para sair… chorando lágrimas… sonhei até chorar sangue!

“Queres entrar?”

Um anjo! Era um anjo…

Ensaio Sobre a Complexidade de Ser Revisor

Após diversas viagens de elevado grau de entretenimento, reparamos numa personagem que nos acompanha nas viagens de comboio e que, na maior parte das vezes, nos passa despercebida – o Sr. Revisor, ou para os amigos, o Sr. Pica.

Ao longo dos tempos, fomos reparando na personalidade de cada revisor, que se reflectia no seu método de interacção com os passageiros.
Após longa e minuciosa reflexão, achámos possível traçar os diversos perfis desta personagem que é o Sr. Pica.


Sr. Isidro, o Profissional e Politicamente Correcto – Também chamados Pica-Robô, são conhecidos por andar durante vinte e quatro horas com o seu sorriso amarelo e, igualmente conhecidos, pelo seu discurso pseudo-eloquente e formal, não esquecendo a voz monocórdica. Normalmente estes revisores têm idades compreendidas entre os 50 e os 65 anos (idade da reforma).
– B’ noite, o seu “titele” de transporte, s’ achavôr.

Depois de consultar um especialista em psicopatologia, de nome, Simão Miranda (sacana teve um 20 a Psicologia -> by Rubeus, o Gallo), especulou-se sobre o passado do ”paciente”.
“Ora, pois bem, portanto, creio que o paciente padece de uma grave…hum...coisa proveniente do seu historial esclavagista de trabalho árduo. Portanto, mecanizou o seu método de trabalho após anos e anos de obliteração, adquirindo, até, tiques tais como… aqueles.”


Sr. Olegário, o Mete-Conversa – Normalmente conhecidos pela sua excessiva simpatia e pelas suas conversas sobre o tempo, fazem o possível para meter conversa com tudo e com todos, até mesmo com o cão que nem lá devia estar. A sua faixa etária é compreendida entre os 30 e os 40 anos.


Sr. Peixoto, o Calão – Simplesmente o que o cognome indica. São caracterizados por se sentarem e não cumprirem o seu dever. (Agora estão lixados porque há câmaras de vigilância que controlam tais atitudes). A sua faixa etária não exerce influência sobre a preguiça.


O Mário, o Pintas – Metem conversa com todos os indivíduos, de preferência, os do sexo feminino. Fisicamente são aquilo a que a minha avó (do Rubeus, o Gallo) chama chupadinhos, ou seja, magricelas. Em termos de gadelha ou são carecas, ou usam cabelos espetados lambidos de gel ou uma farta cabeleira atada num rabo-de-cavalo. Tecem comentários menos próprios (piropos), bocas e têm a mania que têm piada.

Situação: Ana Rita – nome fictício – cantava com a sua voz melo(dio)sa fazendo exacerbar até às lágrimas quem a ouvisse. Eis senão quando, lá ao longe, as portas daquela que era a nossa magnífica carruagem fazem pff e se abrem. Lá vinha ele. Logo adivinhei naquele olhar a sua vontade perversa de mandar um piropo. Todo aquele cabelo oleoso e toda aquela caspa presa entre os fios de cabelo, aquela uni sobrancelha, aquele bigode mal semeado…Era Mário. O Mário.
Abstraída daquele mundo que é a carruagem, Ana Rita continuava a cantar e a cantar continuava, não percebendo o que se avizinhava. Eis que, do nada, ouve-se uma voz gingona que trovou assim:
“Oh fofa, gostas de cántar? Então vai aprender! EhEh! Mas gostas dessa cántiga? Então não a estragues. EhEh!"

O mundo de Ana Rita desmoronou-se naquele exacto momento. Ana Rita fica boquiaberta apenas com coragem suficiente para mostrar o passe. Fim de Situação

Continua…
Na próxima edição, rubrica de José Hermano Saraiva.


By Oamis, o Faraó e Rubeus, o Gallo

Metrossexualismo - Breve Resumo da sua Breve História

Vamos decerto iniciar uma nova e longa era de vasta discussão em torno deste novo problema que vou colocar ao longo de vários posts (como que em fascículos) no "Ideias a Preto e Branco".

Creio que hoje em dia o conceito que vai servir de base para esta inovadora “tese” está bastante difundido e cada vez mais existem (in)felizes criaturas de Deus que se inserem neste grupo.

Estou evidentemente a falar do
metrossexual.
Ora, metrossexual, como podemos constatar é uma palavra composta por aglutinação, ou seja, metrópole + heterossexual.

Para melhor analisar o nascimento deste conceito surgido na década de 90, creio que é de bastante bom-tom analisar cada uma das palavras quanto à sua etimologia.

(metro) Metrópole é portanto a latinização da palavra grega Métrópolis que significa cidade-mãe (querendo Métra significar Matriz e Pólis, cidade).
Metrópole significa hoje em dia uma cidade com grande desenvolvimento populacional, comercial e económico.
(sexual) Heterossexual é qualquer pessoa que se sente atraída física, emocional, estética e espiritualmente por pessoas do sexo oposto.

Metrosexual é, como podemos concluir (e com base no conceito publicado pela primeira vez em 1994 pelo jornalista britânico Mark Simpson), um homem heterossexual urbano excessivamente preocupado com a aparência.

Muitas vezes, este conceito é associado á cultura gay e foi alvo de tabus durante variadíssimos anos.
Somente em 2002, quando novamente, Mark Simpson publicou novo artigo, este termo se popularizou.
Ajudou certamente à sua popularização o facto de a super-estrela David Beckham ser incluída por Mark Simpson num rol de personalidades consideradas metrossexuais.

Para situar o leitor no mundo metrossexual em Portugal, contamos com José Castelo-Branco, e quase a totalidade do elenco masculino da serie “Morangos Com Açúcar”, entre muitos outros.



No próximo post introduzirei o tema “Metrossexualismo antes de Mark Simpson?”

Uma Carta de Eça de Queirós

"Uma Carta de Eça de Queirós

Ilmo. e Exmo. Senhor Pinto Coelho, digno director da Companhia das Águas de Lisboa e digno membro do Partido Legitimista.

Dois factores igualmente importantes para mim me levam a dirigir a V. Ex.ª estas humildes regras: o primeiro a tomada de Cuenca e as últimas vitórias das forças carlistas sobre as tropas republicanas, em Espanha; o segundo é a falta de água na minha cozinha e no meu quarto de banho.
Abundaram os carlistas e escassearam as águas, eis uma coincidência histórica que deve comover duplamente uma alma sobre a qual pesa, como na de V. Ex.ª, a responsabilidade da canalização e a do direito divino.
Se eu tiver a fortuna de exacerbar até às lágrimas a justa comoção de V. Ex.ª , que eu interponha o meu contador, Exmo. Senhor, que eu o interponha nas relações da sensibilidade de V. Ex.ª com o mundo externo! E que essas lágrimas benditas, de industrial e de político, caiam na minha banheira!
E, pago este tributo aos nossos afectos, falemos um pouco, se V. Ex.ª o permite, dos nossos contratos. Em virtude de um escrito, devidamente firmado por V. Ex.ª e por mim, temos nós – um para com o outro – certo número de direitos e encargos.
Eu obriguei-me para com V. Ex.ª a pagar a despesa de uma encanação o aluguer de um contador e o preço da água que consumisse. V. Ex.ª, pela sua parte, obrigou-se para comigo a fornecer-me a água do meu consumo. V. Ex.ª forneceria, eu pagava. Faltamos evidentemente à fé deste contrato: eu, se não pagar, V. Ex.ª, se não fornecer.
Se eu não pagar, V. Ex.ª faz isto: corta-me a canalização. Quando V. Ex.ª não fornecer, o que hei-de eu de fazer, Exmo. Senhor?
É evidente que, para que o nosso contrato não seja inteiramente leonino, eu preciso no caso análogo àquele em que V. Ex.ª me cortaria a mim a canalização, de cortar alguma coisa a V. Ex.ª... Oh! E hei-de cortar-lha!...
Eu não peço indemnização pela perda que estou sofrendo, eu não peço contas eu não peço explicações, eu chego a nem sequer pedir água! Não quero pôr a Companhia em dificuldades, não quero causar-lhe desgostos, nem prejuízos!
Quero apenas esta pequena desafronta, bem simples e bem razoável perante o direito e a justiça distributiva: quero cortar uma coisa a V. Ex.ª !
Rogo-lhe, Exmo. Senhor, a especial fineza de me dizer imediatamente, peremptoriamente, sem evasivas, nem tergiversações, qual é a coisa que, no mais santo uso do meu pleno direito, eu posso cortar a V. Ex.ª.

Tenho a honra de ser,
De V. Ex.ª
Com muita consideração e com umas tesouras,
Eça de Queirós"

Querido Monstro que está dentro do meu roupeiro…

Sabes que às vezes tenho um certo receio de que saias de dentro desse medonho armário e me leves para as profundezas desse hediondo mundo em que habitas.

Sabes que até te tenho uma certa estima, uma vez que partilhas comigo o mesmo quarto há já quase 3 anos.
Parabéns meu monstruoso companheiro de quarto!
Às vezes tenho a tentação de deixar a porta do armário entreaberta para que possas espreitar para este maravilhoso em que vivo, e para que possas iluminar tão sombrio mundo.

Qualquer dia juro que te convido para um cházinho nesta formidável e vasta casa que possuo.
Aposto que adoras o sabor “Lama e Algas do Pântano”, e acompanhado por umas bolachinhas de manteiga, hmm… hmm…

Portanto, sem mais nada a acrescentar, despeço-me com cordiais apertos de mão.

Um Grande Mau Haja
Do Sempre
(Até mudar de casa)
Teu:

Monstro das Bolachas

P.S.: Ultimamente a despensa anda muito vazia, qualquer dia mudo-me mesmo.

"Caros" Anti-semitas

Aos ANTI-SEMITAS – QUE – TÊM – INTENÇÕES – DE – IR -VER – A – FARSA – DE – INÊS – PEREIRA

Escrevo-vos, meus "caros", pelo medo que vos tenho. Peço-vos, de joelhos no chão, que fazendo eu de judeu, não tenham acessos de raiva suficientes para espumar da boca e partir para a violência. Devo informá-los de que não fui eu que escolhi fazer de judeu e, como tal, não posso assumir responsabilidades.
Também devo apelar à vossa inteligência para o facto de eu não conhecer nenhum preto judeu.
Como tal, não assumam, por favor, interpretações precipitadas das minhas vestes (e de todo o tipo de coisas que identificam a minha personagem). Devo acrescentar também, que, não bastando ser anti-semita, alargam todo o vosso ódio e raiva a outras raças, ou seja, se são racistas de uma forma mais abrangente, peço-vos que deixem as armas em casa e que se abstenham de proferir comentários menos próprios, porque sou preto e não há volta a dar. Sou e pronto. (E gosto!)
Peço-vos também que, caso não se contenham, não me batam com muita força, que todo negro já eu sou. Peço-vos também, que me deixem os meus 32 dentinhos, que são as únicas coisas brancas que tenho e gosto de ter. Eu não me queria esticar mas peço também que, se tiverem que me bater, que o façam depois da estreia e de preferência lá fora, porque as senhoras raramente lavam o chão do auditório e o sangue custa a sair.
Despeço-me com a esperança que não irão ver a farsa e de que, lendo esta carta, não tenham ganhado (está certo!) vontade de me bater.

P.S.: Uma vez vi um sketch em que um membro do Klu Klux Klã proferia impropérios contra indivíduos de raça negra. Quando ele tira o capucho vemos que é um preto que é cego e que não sabe da cor que tem.(Dá que pensar...)

"Fraternalmente" (não literalmente, não se ofendam),
Rubeus, o Gallo

Não Fiz


Às vezes metemo-nos a pensar em coisas…
Às vezes até são coisas que fazem sentido mas que, quase desde sempre, somos programados para não pensar.

Coisas que pensamos, pensamos fazer e, quando realmente chega o momento de as fazer, não podemos ou não temos coragem para as fazer.
Talvez porque somos programados para não o fazer e nem sequer nelas pensar, talvez por impotência, ou talvez por… não sei…

Vamos à questão: Vai um homem no comboio, com um ar triste, abatido, quase desesperado, baseando-nos no olhar é o que podemos verificar, de repente, adormece e acorda… No tempo destas reticências, já era tarde de mais, MERDA, tinha passado a estação.

O homem vai a correr, tentado em vão, sair pela porta que já estava trancada, e o comboio, este colosso egoísta que não espera por ninguém, começa a andar com a estação a ficar para trás.
O pobre homem volta ao seu lugar, com a expressão ainda mais vincada de tristeza.
Por debaixo daquele ar triste, o homem tinha a sua expressão de bondade, decerto que a tinha, pois todos os homens são bons nem que seja num pequeno fragmento do seu instinto.
Às vezes basta um impulso, um empurrão!

Quando o homem se levantou de rompante, as poucas pessoas que estavam naquela carruagem olharam para ele, umas com pena, outras com outro sentimento qualquer.
Aí está a questão, eu senti pena, a senhora de cor sentiu pena, o idoso que estava ao lado, também ele digno de reparo, sentiu pena, todos sentimos pena… Mas não houve uma pessoa que o demonstrasse.
Verdadeiramente, queria dizer ao pobre homem que já estava tudo bem, que a vida era o tradicional sonho que sempre queremos que seja e que não havia motivos para estar assim…

Mas não, não o fiz, e na estação seguinte saí eu, com toda a calma que o homem não pôde ter para nem sequer conseguir sair na sua estação.
E como tanto critiquei e condenei neste texto: pensei, pensei fazer, e MERDA,
Não Fiz!

Hipérbole

A manhã nasce devagar, enquanto o sol ,a espreguiçar-se, estende os seus braços pelas colinas verdes que aqui abundam. Os pássaros cantam ao ritmo do vento que assobia e abraçam as árvores, criando um som único e calmante. O rio, lá ao longe, também toca uma sinfonia num tom fresco e agradável.
A manhã. A manhã nasce. Nasce devagar.

Não consigo escrever.

Eis o que nos acontece quando, querendo escrever, estamos divorciados da imaginação. Mentimos descarada e conscientemente. Tornei o Pendão, o local onde vivo, um local um tanto sujo e cinzento, num espaço quase ideal. As colinas (quase) verdes de que falo, são montes sujos e amarelos que servem de ferro-velho e de abrigo a minifúndios de má qualidade. Os pássaros… Os pássaros não são assim tantos os que aqui se atrevem e desejam cantar. O vento aqui é forte e de facto faz abanar os plátanos sempre monotonamente outonais. Nus, sem brilho, mortos. O rio, que há muito que não é límpido, corre e arrasta com a sua corrente o lixo que lhe entregam.

Se calhar não estava tão desassociado da imaginação para mentir com tanto "engenho e arte”.

De facto a manhã, aqui, nasce devagar. Olhando para os carros lá em baixo a buzinar e a esperar inquietamente que a fila ande só mais meio metro. A manhã nasce devagar com o raio dos dois cães (de pequena estatura) que com ar superior e irritante ladram e ameaçam morder. A manhã nasce devagar quando no comboio o silêncio não é agradável mas sim um punhal. Quando as caras das pessoas não são brancas, não são pretas, não são amarelas, não são sorridentes, vivas (!) ... são cinzentas e ausentes de sangue vermelho.

Mais um dia. É apenas mais um. E a manhã? A manhã nasce devagar.

A Primeira Ideia a Preto e Branco

Após longos meses de reflexão, jogos de persuasão e chantagem emocional, Ruben e Simão, num acto de ousadia nunca vista, não podendo jogar dominó na parada, nem à batota no café, decidiram incluir-se neste vasto mundo que é a blogagem.

A baixo o perfil das duas mãos escrito pelos dois pés restantes.:

Por Oamis, o Faraó ( Simão) :

Bolas!
Nunca pensei vir a ter a porcaria duma página com facilidade de publicação de conteúdos a que chamamos blog!

Mas a verdade é que um convite bastante sério e mesmo obscuro por parte do meu prezado colega Ruben me fez abrir os olhos para o maravilhoso mundo da blogagem.

Ora pois muito bem, lá está! O Ruben!
É um sujeito negro que admito me fez alterar a posição que tinha em relação aos negros!
Eu achava que os negros tinham por vocabulário base: “Xééé”, “Xéué”, “Baza”, “Sócio”, “Dred”, e por aí adiante!

Ora, chiça!
Quando o ouvi dizer: “Desculpe, faria o obséquio de me informar acerca da localização do café mais próximo” e o homenzinho se viu forçado a responder “Localiza-se a aproximadamente a 200 metros”, mudei inteiramente a minha opinião.

Só para terem a noção da fama deste Ruben, conheci-o mesmo antes de o conhecer.

“Tenho lá um pretinho que canta mesmo bem” – Frase imensamente repetida pela minha amada e querida mãe, que por coincidência era professora de música deste rapaz.

Quando o conheci efectivamente, era assim o oposto de mim… era palhaço, extrovertido, sociável, palhaço e cara-de-pau, e… palhaço.
Depois, entrou para a igreja e lá ganhou umas bases morais e éticas!

Depois, foi escola de teatro.
Eu que sempre o tinha visto como um homem da cantoria afinal era sim, um homem das duas faces (não se assustem, lá por ser café-com-leite, não quer dizer que tenha duas faces).

Ora bem, é um rapaz que dá para se falar, até porque quando não há tema de conversa podemos sempre debater se “Nosso” Senhor Jesus Cristo tinha ou não filhos (digo-vos já que ainda não chegamos a nenhuma conclusão)

P.S.: Neste momento acredito que o que vos está a passar pela a cabeça é:

“Hmm… pois… exacto…certo…é nítido…ah…claro…pois…é simples… Acabei por não conhecer nada a mais deste tão obscuro rapaz que é o Ruben Chama”, mas aí é que vocês se enganam. Aí é que está a arte deste texto, consegui escrever uma página inteira de Word sem que vos desse a conhecer nada de novo, e porém, prendi a vossa atenção, senão não estariam a ler este P.S. parvo que me apeteceu por.



Por Rubeus, o Gallo (...Ruben) :

O Simão...

O Simão...
Quando o conheci pensei que ele era um nhanhas, sim, um nhanhas! Aquele tipo de pessoas sem sal, tímido e sem nada no miolo. Aliás ele tem cara disso... (ele não parece o Tintim?..). Bom, mas ele até é bom rapaz, coitado, até é inteligente e até se consegue ter uma conversa de jeito com ele. Mas ele (além da cara) tem outros defeitos: é branco, logo para começar ( ATENÇÃO: este comentário pseudo – xenófobo, tal como a palavra pseudo diz, ou seja, diz que é falso, portanto... aaa ...onde é que eu ia?...portanto xenófobo...pseudo- xenófobo...portanto...), continuando... é mais alto que eu [ eis outro defeito que me faz espécie (??? raio de expressão...)] , tem a mania que sabe mais que eu, o que algumas vezes é verdade. Só às vezes. Poucas. Eu tenho razão mais vezes que ele. Ele sabe. Aliás eu para ele sou como um Mestre. É. Mas pronto, falando do rapaz, ele escreve muito bem , daí “ter-me dado na telha” fazer, com ele,um blog coisa que ele, digo eu, nem imaginava!! (foi difícil -- eu e os meus poderes de persuasão!) É bom rapaz, o moço. É .
Não sei é porque é que ele escolheu este nome – Oamis , o Faraó – que é isto? Bah !( expressão de banda desenhada que se usa em tom de escárnio. Só eloquência. Eheheh – olha!- mais uma expressão de banda desenhada que signif... hum ... forget it).

E AGORA A DEDICATÓRIA LAMECHAS :
Simão, tu estás cá, meu!.....Yow (movimento “cool” com a mão /movimento trissomia 21)....Man......(peço perdão por este meu ataque DZRT .)