Em busca de alguma inspiração, a olhar para a folha branca do Word e para o pequeno cursor a piscar hipnoticamente, começo a ouvir aquele pequeno mas constante marchar da chuva a chegar e a marcar o compasso. Troveja, relampeja! O sol já foi e, digam o que disserem os equinócios, o Outono é como se já tivesse chegado. A Natureza a compor melodias outonais, qual Vivaldi, faz-me sentir vivo! Vivo para recomeçar a escrever, vivo para recomeçar a opinar, vivo para recomeçar a compor, vivo para me embriagar de imaginação e depois desabafar estas tentativas de arte (umas mais frutíferas que outras). Escreverei em breve, Rubeus, o Gallo.

Tarantino's Way

“Epá, foi em 85 'tás a ver?
Ano seco!
Não havia erva 'pa ninguém, e eu conhecia uma gaja hippie...
Ya, as hippies dão grandas fodas mas não é isso, a gaja tinha erva pá!
Filha da puta de erva fresquinha e queria despacha-la.
Eu conhecia uns gajos que andavam a desesperar por aquela merda e então eu aceitei vender na boa.
Mas epá, eu não sou um dealer 'tás a ver? Não é a minha cena, mas 'pa desenrascar a gaja... Epá, mas depois aquela merda começou a correr mal...
Um cabrão conta a outro e de repente metade dos filha da puta dos Estados Unidos já sabia que eu vendia.
Então eu queria deixar aquilo mas a gaja lá me convenceu (filha da puta! e de que maneira). Começou-me a dar 10% de lucro...
Epá, mas um dia...
Foda-se...
Ia fazer uma entrega numa estação de comboios.
Ya, vê lá, numa estação de comboios...
O gajo era marado dos cornos.
Então eu precisei de ir à casa de banho.
Agarrei no saco cheio daquela merda e fui.
Quando cheguei à casa de banho estavam lá três bófias com um pastor-alemão.
O meu coração ia parando... O pastor-alemão estava a ladrar p'ra mim caralho, o gajo sente o cheiro daquela merda.
Eu lá fiz o meu serviço normalmente.
Quando fui lavar as mãos os bófias estavam todos a olhar directamente para mim...
As minhas mãos estavam todas suadas caralho!
De repente lá tive um momento de lucidez.
Agarrei no saco e vim-me embora.”

Foda-se