em vão

Elegante, entro no bar em que estavas

Descontraído, acendo um cigarro em sinal de quem espera

Percorro todo o bar, desde as pequenas mesas até aos lavabos.

Vasculho tudo ao mais ínfimo pormenor…

Pareceu-me ver-te

mas foi contudo uma ilusão


Falo com os habitués do sítio só para queimar mais algum tempo

Espero por ti e acendo mais um cigarro

Desencontrado, peço um whisky e bebo aos golinhos pequeninos

depois mais depressa

até que o acabo de um trago.


Desesperado começo a pensar que não vens.

Cravo um cigarro e espero mais um pouco

Vou à casa de banho e até aí penso em ti…

Regresso e tu não estás lá.


Falo com uma mulher que me convence a leva-la a casa (penso em ti)

O bar vai fechar.


Lembro-me


nunca lá estiveste

nunca lá tinhas estado

não conheces o bar

nunca vais conhecer


esperei em vão


tu não existes

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