The Fake Bond

Naquele ambiente viciado lá me encontrava eu, noite após noite.
Era apenas um hábito.
Um mau hábito,
Sacava dum cigarro e sugava-o até que ele já não tivesse mais para dar.
Era sempre o mesmo ritual.
Ouvia a mesma banda a tocar simplesmente para viciar ainda mais o ar.
Era uma melodiosa balada (para acalmar os ânimos), mas mesmo assim viciava o ar de uma forma doentia.
Pedia mais um Dry Martini só com um levantar de braço (ele já sabia que era o do costume)
Aquela bebida insípida fazia sentir-me alguém.
Alguém que queria ser, mas não era nem podia, porque não existia.

I’m Bond… James Bond, dizia eu quando queria engatar uma menina, como se um Dry Martini me transformasse num James Bond.

Sinceramente em casa ria-me das minhas próprias figuras.
"You’re ridiculous Mr.Bond"

Mas a banda não parava de tocar, e eu puxava de outro cigarro enquanto tirava o chapéu e pedia um Dry Martini, e dizia para engatar uma miúda:

"I’m Bond. James Bond"

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