Caim


Após todo o alarido mediático lançado à volta de Caim do Nobel José Saramago decidi lançar mãos à obra e ler a dita.

Depois do enorme conflito entre Saramago e Igreja (com direito inclusive a debate em directo na televisão nacional) devo dizer que o livro não me chocou minimamente e que me parece que toda a atenção só fez beneficiar o autor e a editora.


Escrito num tom alegre, sardónico e gozão (longe das fatigantes descrições de outras obras) Caim consegue ser um livro que agrada a um leitor descomprometido e consciente de que está a pegar numa obra de ficção e que esta reflectirá quando muito a opinião do escritor.

A maioria dos leitores comprou o livro porquê?

Para ver se Saramago chamou realmente filho-da-puta ao Senhor.


Eu poupo-vos o trabalho: Chamou isso e muito mais.

Saramago, com a sua interpretação “linear” da Bíblia apenas retrata exactamente o que está nas entrelinhas.


Deus é vingativo.

Deus é rancoroso.

Deus é bastante sacaninha.

Deus mata crianças para castigar os seus pais por não terem fé suficiente.

Deus, desvaloriza um seu fiel porque um outro lhe trouxe uma oferenda melhor.


Saramago põe tudo em pratos limpos e reforça a sua descrença para com quem quer que esteja lá em cima. Ou seja, se realmente está lá alguém, esse alguém é mau como as cobras.

No meio disto tudo, temos ainda o prazer de ver o nobre Caim a viajar por diferentes presentes, podendo constatar com os seus próprios olhos, toda a “justiça” divina que Deus vai fazendo pelo mundo fora.


No final (e o final chega depressa) creio que apenas podemos constatar que Caim era de facto o mais fiel servidor do Senhor.

Afinal, que sacrifício mais alto existe que um sacrifício humano?!

19 pseudo-comentários:

Gaius disse...

LOL! by the way, gosto do blog, da nova imagem!

Simão Miranda disse...

LOL? Tudo o que tens a dizer sobre o Caim é LOL? xD

Ruben Loup Chama disse...

Devo desde já repudiar estas afirmações deste Saramago, que vão contra aquilo que eu penso e acredito. É sabido, com orgulho, que sou cristão e, como tal, acho vergonho este tipo de propaganda literária que apenas tem por fim(além do lucro, que é óbvio) desrespeitar e provocar pessoas e a sua religião, e, até, em último caso, o próprio Deus em questão, pois, por vezes, e embora pareça ridículo, são os ateus que mais acreditam em Deus, passo o paradoxo. Não estou, de todo, de acordo com o que aqui foi escrito, sebem que percebendo no último parágrafo alguma ironia,pois nunca podemos afirmar que um homicida, um fraticida (!), seja elevado a título de herói, nobre e fiel e chamar tais nomes a Deus, quer se acredite ou não.
Não vou ler o livro. Não por não lhe reconhecer qualidades literárias, mas sim por não querer gastar dinheiro nem tempo com jogos de desrespeito e provocação. Tivesse ele a coragem de escrever isto sobre algum profeta do Corão, chamando estes nomes a Alá. Ia Lanzarote fazer companhia à Atlantida. Talvez lá ele encontrasse temas mais edificantes para escrever...digo, na Atlantida.

Gaius disse...

Eu acho que o LOL é bastante expressivo numa situação destas porque não significa nada. O teu texto está muito bom Simão, escreves muito bem, mas daí a perder o meu tempo a opinar e valorar e discursar e verborreiar, sobre um livro que desde o seu nascimento já tinha escrito o seu óbito, para mim não é interessante. Não que ele (o livro) tenha ferido os meus valores, estou-me nas tintas para o ponto de vista do Saramago. Acho simplesmente que ele é um Nobel imbecil, e que queria muita polêmica envolvida em torno do seu livro. E que conseguiu, por isso de imbecil ele não deve ter nada. A imbecilidade passou dele para nós.

Simão Miranda disse...

Concordo totalmente contigo Eric.
Tal como disse no post, houve um jogo de provocação e auto-valorização por parte do Saramago que não se reflecte depois na obra escrita.
Não concordo totalmente com o Rúben uma vez que assim como podemos exprimir a nossa opinião acreditando em Deus, criou que podemos exprimir a nossa opinião não acreditando nele.
Creio ainda que não há razão para que os cristãos se sintam ofendidos uma vez que a suposta fé não é uma coisa racional e explicável e sim um chamamento interior.
Devo também dizer que este post foi escrito por mim, sim, mas o livro não xD Logo não concordo necessariamente com todos os pontos de vista expressos pelo autor.

Ruben Loup Chama disse...

Não disse, obviamente, que um ateu, por expressar as suas convicções, acredita em Deus. Seria estúpido se o dissesse. Digo que, alguns desses ateus, quando expressam as suas convicções ateístas, reflectem um desconforto espiritual, o que só por si pressupõem o acreditar num ser superior, seja lá ele quem for. Neste caso, Deus. Além de que, creio haver uma diferença entre não acreditar e odiar. O odiar, pressupõe o acreditar. Pois é difícil odiar algo que acreditamos não existir. Por exemplo: Odeio o Big Foot! Chamo-lhe nomes e etc. Assumo que ele existe só para o insultar. Então acredito nele. Logo não sou verdadeiramente ateu...Quanto à questão da fé e da razão, estou em total desacordo. É esquizofrénico viver-se uma fé e uma razão distintas no seu objecto de culto. Se alguém quer viver, verdadeiramente, a sua crença, não pode separar as àguas dessa forma. Como tal, eu, que tanto pela fé, como pela razão, repudio esta mensagem, ou o vazio desta mensagem, ou ainda(!) uma mensagem que idolatra um homicida comparando-o e superiorizando-o ao objecto de culto de milhões de pessoas, nas quais em me insiro, sinto que tenho o direito de expressar o meu desagrado, embora deva também ter a sensatez (ou a vingança) de lhe não dar demasiada publicidade (que não estou ter).

Simão Miranda disse...

Obviamente. Se odiamos algo, está inerente que esse algo existe.
Eu sinceramente acho que o Saramago não é verdadeiramente ateu, está sim revoltado pelo facto de um Deus que é suposto ser bondoso, piedoso e misericordioso ser de facto, nas situações referidas no livro, tão vingativo e "mau" como a sua imperfeita criação, nós.
Não acho que haja a exaltação de um assassino, há sim um confronto directo entre Caim (o fratricida) e Deus (o "serial-killer") que está disposto a fazer um "reboot" na sua criação através do diluvio.

Isabel Gomes disse...

Não vou entrar nos vossos desabafos/discussões/chamem lá o que lhe chamarem, sobre Deus/Religião/espiritualidade/seja lá qual for a denominação, mas sim dar os parabéns por esta excelente crítica e referir que estou muito orgulhosa do meu filho e do meu ex-aluno.
E que Deus vos abençoe!

Gaius disse...

Quando se toca na crença das pessoas, principalmente na crença enraizada cultural, social e tradicionalmente como a que a igreja difundiu, quando se põe em cheque um livro que durante séculos, e milénios, foi sendo trabalhado de forma a ser incontestável, isso abala certamente todos os alicerces de tudo aquilo que nós somos, porque mesmo querendo ou não querendo, a nossa civilização foi formada sob o jugo da influência católica. O cristianismo é aquilo que nós somos. Não querendo elevar o Saramago a um Nietszche, a morte de Deus deixou as pessoas sem chão. Claro que essa polêmica em torno de Saramago é exactamente a reacção das pessoas contra uma espécie de "vírus" que vem infectar o sistema que todos estão mansamente habituados. Eu não li e não quero ler o livro mas de certa forma, pelo que foi narrado pelo Simão, eu não repudio completamente a obra até porque faz parte da nossa cultura a liberdade de expressão artística, e expressar-se como o autor se expressou nesse livro é de notável coragem, é ter força para remar contra-a-corrente. Nisso eu o admiro. Eu não gostei, como é natural, de muitas coisas que ele disse e dessa promoção mediática envolta em discussões e debates com padrecos, enfim, essa polêmica da qual nesse momento não deixamos de participar. Agora quando se trata do livro "sagrado", eu tenho muitas dificuldades em acreditar numa compilação de inúmeros livros escritos há dois ou três milénios, em línguas e culturas extintas, e cuja as primeiras traduções foram feitas por homens que por melhores que fossem, não traduziriam na perfeição as idéias do escritor original, do hebraico, aramaico ou copta, para o latim ou grego. O que eu quero dizer é que mesmo hoje em dia, do inglês para o português, com profissionais qualificadíssimos, não é possível traduzir na perfeição toda a carga cultural de um Shakespeare por exemplo. Isso para perguntar, como é que eu posso não contestar um livro que foi traduzido e manipulado, durante milénios, de acordo com as vontades de algum imperador ou papa, cujos os manuscritos originais ou foram perdidos ou estão em muito mal estado, apodrecidos num qualquer super compartimento do vaticano, como é que eu posso tiranizar um autor, que tem as suas convicções artísticas, em detrimento de um autor desconhecido, cuja veracidade me foi imposta pela tradição e cujos os factos citados nas passagens nem são possíveis de serem provados?
Eu vou tentar ser mais sucinto: no meu ponto de vista, o possível valor da obra "Caim" está apoiado completamente e não teria sequer algum valor, se não se tivesse apoiado na Bíblia. E se eu entendi bem, se não estamos discutindo sobre a Bíblia, estamos discutindo sobre as convicções de um homem, tentando condená-lo por gostar de ser uma ovelha negra, quando ele tem a liberdade para se expressar como bem entender. Ou então estamos discutindo a liberdade de expressão, em até que ponto uma pessoa pode expressar-se sem ferir as convicções alheias mas, proibir essa expressão é optar por censura que lembra a ditadura e que ninguém gosta. Por isso, para as nossas convicções não ficarem fragilizadas o melhor e deixar cada um se expressar como quiser e não tomarmos parte dessa expressão, como o meu caro ruben sabiamente o faz e como eu prefiro fazer.
LOLOL
Desculpem, temo não ter dito nada com nada...

Simão Miranda disse...

Que enorme testamento! Daqui a nada apago estes comentários todos, denunciando como SPAM xD (estou a brincar evidentemente)
Ora bem, a meu ver, a Bíblia vale o que vale. Não creio que tenha sido escrita como um manual para se seguir à risca, mas como um livro que está cheio de alegorias e metáforas.
Como tu referiste e bem Eric, um livro escrito à mais de 2 mil anos e traduzido milhentas vezes tem um valor histórico quase nulo.
É bom relembrar que por exemplo Noé, habitou numa altura anterior à invenção da escrita, portanto o Antigo Testamento é escrito com base em varias histórias passadas oralmente, sem contar que tem sido revisto, censurado e manipulado desde sempre.
Creio que esta é uma discussão sem fim, uma vez que estamos a debater fé e religião.
Creio ainda ser um mau princípio não lerem o livro com o único propósito de se "vingarem" do Saramago, mas como é óbvio, nem Deus pode interferir com o livre arbítrio portanto a escolha é somente vossa xD

Para concluir, e prometendo calar-me sobre este assunto, vejo o "Caim" mais como um livro "sobre" Deus do que um livro "contra" Deus

Ruben Loup Chama disse...

Ora pois eu discordo em muito com que aqui foi dito nestes dois últimos comentários! Para já porque estão a falar de uma bíblia que não conhecem (desculpem a franqueza) e de uma e várias culturas que não conhecem. Primeiro a Bíblia não foi modificada ao longo dos textos senão vejamos que é dos Livros mais antigos e que deu origem a diversas religiões desde a sua génese e a verdade é que desde os texto da Tora (Judeus) aos da bíblia usada por católicos, protestantes e ortodoxos, são todos iguais, diferindo apenas no número de livros. (Dá-se um excepção para a bíblia dos Testemunhas de Jeová, de nome "Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas" que aconselho a pesquisarem as suas diferenças e sobre o seu "tradutor"). Verdade é que dizer que a bíblia tem um valor histórico quase nulo é igonarante, com todo o respeito. Aconselho a ler livros em específico do Antigo Testamento que nos relatam acontecimentos históricos dos povos israelitas, babilónicos, egípcios, etc e a origem de toda a região circundante da chamada Terra Prometida,(fundamental para perceber o conflito palestino-israelita); e no Novo Testamento que nos relata os episódios de Jesus e os apóstolos num contexto histórico mais que importante, que foi o crescimento do Império Romano e a sua conhecida romanização, e ainda a viagem por vários paises da Europa e Àsia, um relato interessante do ponto de vista inter-cultural. Quanto ao Noé, existem povos que, não tendo qualquer matriz judaica ou cristã, têm passado ao longo dos muitos anos o relato de um homem e muitos animais numa arca a sobreviverem ao dilúvio... Seja uma história simbólica ou não, tem se mantido em mais que uma cultura contado como sempre se contou... Se de facto abíblia fosse assim tão manipulada, diria algures que a Terra era redonda e que gira À volta do Sol. Não diz. :P Um beijinho também para a minha ex-professora e amiga =D

Simão Miranda disse...

Quando falo da importância histórica refiro-me apenas ao Antigo Testamento, já que o Novo tem um teor diferente.
Obviamente admito que não conheço a Bíblia tão bem como tu a possivelmente conheces, mas não falo apenas por mim dizendo que talvez a grande maioria dos acontecimentos relatados no Antigo Testamento não foram confirmados por mais alguma fonte, estando portanto longe de constituir prova idónea (palavra de vários historiadores que dedicaram a sua vida a isto).

Referências como a torre de babel, a arca de noé e outros vários têm sido alvo de especulação durante anos, nunca se chegando a uma conclusão óbvia. Ainda em relação a Noé, é difícil de conceber, que numa altura em que os próprios meios para subsistir eram escassos, um homem tivesse o poder de reunir dois exemplares de cada animal, junta-los numa arca gigantesca e sobreviver a uma enorme catástrofe natural.
Entre este, outros episódios do Antigo Testamento levam-me a acreditar que a Bíblia não foi escrita para ser levada à letra mas sim como diversas alegorias para mostrar a criação divina.

Um escrito do Génesis que mostra isto mesmo é o facto de Deus ter criado o mundo em sete dias, e de as plantas terem surgido antes da Lua (A Lua, como nós hoje sabemos, regula todos os ciclos sazonais, seria portanto impossível a existência de vida vegetal sem a existência da Lua)

Niusha disse...

Bem que discussão que por aqui anda. (Vá Ruben diz, "lá tinha que a russa vir meter o bedelho")
Quanto ao livro: Não li. Nem vou ler. Repudio Saramago (com o devido respeito, mas detesto a escrita do sr.Nobel).
Quanto à vossa discussão: Muito sinceramente, lendo tudo isto de uma vez, acho que já perderam o fio à meada.
Quanto ao blog: Repito, muitos parabéns. Bonito.

James M. disse...

Sem querer falar como se estivesse a pôr fim a todo este rol, vou tentar estabelecer aqui uma pequena disparidade, enunciando primeiro que se realmente Saramago queria polémica, conseguiu, e assunto que mais facilmente leva a uma batalha verbal sem fim é somente a religião.
Agora, vamos lá a ver. Quando se fala em Igreja, há que ter em conta dois aspectos: a Religião e a Instituição. Ora bem, quanto à religião, podem todos assumir a confissão que quiserem. Podem ser cristãos católicos, protestantes, ortodoxos ou testemunhas de Jeová/Geová/Ieová, judeus ou muçulmanos ou hindus ou budas ou wiccas, etc. Na sociedade actual, a liberdade de religião preza-se, por muito que esse direito seja negado a milhões. Mas aquilo que Jesus principalmente deixou nas mãos de Simão Pedro (o apóstolo) foi a formação da Sua igreja com base na Paz entre os homens, isto explicado de uma forma extremamente linear. Contudo, foi precisamente por a igreja ter ficado nas mãos dos homens que tudo deu torto.
A corrupção e a mentira da Igreja (instituição) começa logo em Roma. Foi Roma que matou Cristo, celebrizando por todo o mundo um dos métodos de execução preferidos dos romanos, a crucificação. Mas foi também Roma que adoptou a nova religião e se aproveitou dos seus valores.
Ao longo dos séculos, a Igreja-instituição matou e destruiu. Já não bastava o mundo ter ficado atrasado com a destruição de Alexandria, também a Igreja-instituição tinha de vir atrasar ainda mais, obrigando os cientistas a mentir e a embrenhar-se no oculto para poder dar seguimento às suas criações em discórdia com a Bíblia. Era preferível continuar a dizer que na Criação surgiram primeiro as plantas e só depois o Sol, "e Deus viu que era bom".
A Igreja-instituição aproveitou-se da fé dos crentes. Falava-lhes em Latim, de costas, encarando-os na língua do País para pedirem donativos que ajudariam à absolvição dos pecados, quando na verdade ajudavam sim à edificação da Basílica.
Em pleno séc. XXI, vai o Sr. Papa dizer que cresçam e se multipliquem os seropositivos, enquanto promove o diálogo entre religiões, acrescentando que fora da Igreja Católica não há salvação.
E agora os homens não se podem casar com os homens, nem as mulheres com as mulheres, porque não é esse o conceito de família. Mas quem é que disse que eles querem ter filhos, sequer? Podem não querer. E se quiserem, adoptam, dando-lhes uma educação normal. Não quer dizer que vão ser gay. E se forem, deixem-nos ser. Porque afinal a verdadeira ameaça é o hetero, que estabeleceu a sociedade como está, sem conseguir suportar uma mudança abismal sem mais nem menos. Felizmente, o Estado é laico. E a Igreja-instituição dá jeito é para os feriados.
Resumindo, se querem ter fé, tenham, mas não acreditem no que foi feito pelo Homem, nem mesmo na Bíblia.

Simão Miranda disse...

Niusha - Neste livro quase nem parece Saramago.
Ainda bem que gostas, que as longas horas de trabalho dêem frutos xD

James M. - Religião são dogmas. Quem não quer cumprir os dogmas o melhor que tem a fazer é deixar de seguir essa religião xD Por isso mesmo é que vejo grande interesse em acreditar em algo, mas que esse algo não seja limitado por regras.

By the way, Budismo não é religião, é uma filosofia de vida.
Wicca não é religião, é uma seita pois ainda não é reconhecida como instituição religiosa xD

James M. disse...

E não ceder por nada não é virtude.
É só a pedido do teu co-autor que escrevo, caso contrário deixar-vos-ia num labirinto sem fim.

Gaius disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Gaius disse...

O Ruben conhece sim a Bíblia melhor do muitos de nós que andamos à debater em vão este tema. No meu último comentário eu não afirmei que a Bíblia não tinha valor histórico. Disse e rebato que a Bíblia não é hoje aquilo que os vários livros foram quando escrito. Não é portanto um objecto que possamos usar como um ponto de partida para a verdade. E da instituição nem se fala... E quando digo instituição, refiro-me também as reformistas. Não acho (e desculpa dizer tão abertamente o meu ponto de vista) que os reformistas sejam os detentores da verdade sobre Deus. E daqui diria muitas coisas mais, mas muitas são incovenientes... E são mal interpretadas, não é Ruben?! xD

Unknown disse...

Não li o livro do Saramago nem vou ler. Tenho mais que fazer. O Saramago não deixa de ser um profundo ignorante com jeito para uma ironia barata. Se analisarmos um pouco esse jeito vemos que na sua base não estão senão preconceitos e dogmas demagógicos.

É tremendamente ignorante criticar a Bíblia sem contextualizá-la (àquela época a Bíblia seria muito provavelmente o texto menos atroz «no mercado»). É tremendamente ignorante não perceber que a Bíblia é um livro de poesia e que está cheia de parábolas, metáforas.

É ainda mais ignorante dizer que a Bíblia é um manual dos maus costumes, quando a civilização ocidental deve à Bíblia ter chegado ao ano de 2010 com este relativo grau de moralidade. Se a Bíblia fez mal também fez muito, mas muito, mas muito bem.

O Saramago tem nos seus livros comunistas muito piores maus costumes.

E eu digo isto sem professar religião...

Mas qualquer pessoa com o mínimo de bom senso, digo eu, não retém desse escritor senão uma anedota ambulante - principalmente depois de ter ganhado o Nobel.