Madrugadas.

A escrever me confesso sedento de braços que me apertem.


Não de palavras que acariciem

Não de olhos que se afectem em brilho e sal

Só preciso de braços

Fortes, mas ternos.


A escrever me confesso falso feliz

A escrever peço perdão por escrever

A escrever me encontro no abstracto

E abstraio-me do acto de escrever

Para deixar de ser quem escreve

E ser quem é escrito.



Menti.

Afinal preciso de palavras

Não há braços

Nem fortes

Nem ternos

Mas há palavras!

Fortes

Ternas

Escritas

Vivas!



“Palavras leva-as o Vento”
...

E desse modo vou com elas!

Voo!

E assim sobrevivo...


Que triste ser

Um sedentário ser

Que sonha voar

Para fugir desta terra onde não encontra braços...



Sedentário ser que sonha ser nómada

Nómada!

Vida!

Gente!

Não sedentário!

Sedentário…

Morte…

Vazio …



E assim me perco na inutilidade das palavras

Que afinal ajudam a fazer voar…

O tempo.



Dedico este texto à única pessoa que me deve compreender.

Dedicado a mim.

5 pseudo-comentários:

Gaius disse...

(Tenho de parabenizar os autores do blog pelos 17 comentários de teor mais ou menos elevado do último post. Já há muito tempo que não via isto!)

Simão Miranda disse...

Parabéns a todos nós incluindo a ti. Acho que nunca um post tinha sido tão comentado por estas bandas xD

Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.