La Palice

Rui Mateus, finalista da faculdade de Filosofia, futuro professor de Filosofia e possivelmente futuro pensador de renome.
Pensou durante 4 milésimas de segundo, levantou-se da cadeira na aula de Filosofia e disse

-Tenho uma dúvida há já muito tempo que gostaria que me respondesse…

Há vida depois da morte?

Ao que o professor, um já velho sábio, pensou apenas por duas milésimas de segundo e sabendo que não podia contornar a questão levantou-se e disse

-Claro que não, homem.

Em contrapartida, há morte depois da vida!

"Volta Salazar Que Estás Perdoado!"


Volta Salazar que Estás Perdoado!

É o que oiço dizer da boca dos nossos avós e de algumas gentes cuja faixa etário se encontra acima dos 45 anos.

- (…) Isto a culpa é do Governo! No meu tempo não era assim! Volta Salazar que estás perdoado!

Sempre o mesmo discurso que tem como raiz o descontentamento com qualquer Governo, que, na sua opinião, não governe como deveria.

Certo é que, todo este discurso, é extremamente exagerado. Ninguém quer voltar a ser perseguido apenas por ter uma opinião diferente, ninguém quer ser controlado e "protegido" da realidade, ninguém quer voltar aos tempos de torturas e ocultações - Ninguém quer ter um Pai ditador. Mas a verdade é que Salazar não é só o lado negro da história. Nos tempos de Salazar houve patriotismo, foram construídos hospitais, escolas, centros de saúde, pontes, craiaram-se empresas nacionais...Mas também houve guerras e mortos e feridos e sangue...

A verdade é que, passados, quase 33 anos da queda da ditadura e 39 anos da queda da sua cadeira (a sua morte)...

Grandes Portugueses: Salazar 22 mil votos à frente na votação

Na votação para o programa da RTP1, «Grandes Portugueses», Oliveira Salazar encontra-se à frente de Afonso Henriques, com 22 mil votos de diferença, registando um total de 52 mil telefonemas. Álvaro Cunhal caiu para terceiro lugar, com 25 mil votos apurados. “ in Diário Digital

E os mais comunistas não acham piada nenhuma! Cambada de fascistas!! Álvaro Cunhal em terceiro?! Blasfémia (salvo seja, talvez não devesse atribuir uma conotação religiosa a algo de tão laico que é o discurso do comuna, as minhas desculpas, caros "camaradas").

Surgiu o interesse em tornar a casa onde Salazar nasceu numa Casa Museu, algo que encolorizou os mais esquerdinos, que viram isto como um atentado à democracia (??).

Porem a luta continua. E o Povo Unido decidirá quem foi o Grande Português.

Bem, seja o que Deus quiser! ( se os comunistas não se importarem)

Muralha

Era completamente diferente…
Era longe daqui…
Era a milhas de distância…
Era inatingível…
Era transcendental

Era…

Um mundo à parte!

Cruzava-se o espelho e lá estava: uma grande muralha reluzente, sem qualquer hipótese de sequer espreitar para o infinito.
Era lindíssima, e ninguém a conhecia, apenas eu, e mesmo assim, estava fechada a 7 chaves, como qualquer outro sítio secreto.
Só de pensar naquela primorosa criação de apenas um só ser, ficava completamente esgazeado…

Tal Santo Graal… e eu estava ali diante dele, contemplando apenas a sua enorme e infinda perfeição, ficando no entanto já maravilhado com apenas aquele portentoso início!

Era mágico! Em apenas uma palavra era essa a definição correcta!

Veio-me a ideia Deus… Aquele maravilhoso ser perfeito criador de todos, incluindo de si próprio… Não tinha sido sua criação!

Às vezes tinha a tentação de olhar para trás, e quando o fazia apenas encontrava o nosso mundo material, ruínas apenas daquela maravilha mística que tinha diante dos meus olhos…

Um espelho era a passagem para uma entrada naquele mundo que de nosso tinha pouco…
Era apenas uma muralha… mágica no seu conteúdo e presumivelmente banal aos olhos de outrem…

“Inexplicável” – disse…

Inspiração sagrada esta que me conferia…
Escrevi sentado no nada… escrevi durante uma vastíssima eternidade que pareceu ser mais do que alguma vez poderia viver!
Conclui por fim que nada tinha escrito, e que no entanto tinha escrito tudo o que poderia escrever!

Vinha embora… literalmente a morrer… adoecendo e apodrecendo como qualquer mancha apodreceria diante da perfeição

Preparava-me para sair… chorando lágrimas… sonhei até chorar sangue!

“Queres entrar?”

Um anjo! Era um anjo…

Ensaio Sobre a Complexidade de Ser Revisor

Após diversas viagens de elevado grau de entretenimento, reparamos numa personagem que nos acompanha nas viagens de comboio e que, na maior parte das vezes, nos passa despercebida – o Sr. Revisor, ou para os amigos, o Sr. Pica.

Ao longo dos tempos, fomos reparando na personalidade de cada revisor, que se reflectia no seu método de interacção com os passageiros.
Após longa e minuciosa reflexão, achámos possível traçar os diversos perfis desta personagem que é o Sr. Pica.


Sr. Isidro, o Profissional e Politicamente Correcto – Também chamados Pica-Robô, são conhecidos por andar durante vinte e quatro horas com o seu sorriso amarelo e, igualmente conhecidos, pelo seu discurso pseudo-eloquente e formal, não esquecendo a voz monocórdica. Normalmente estes revisores têm idades compreendidas entre os 50 e os 65 anos (idade da reforma).
– B’ noite, o seu “titele” de transporte, s’ achavôr.

Depois de consultar um especialista em psicopatologia, de nome, Simão Miranda (sacana teve um 20 a Psicologia -> by Rubeus, o Gallo), especulou-se sobre o passado do ”paciente”.
“Ora, pois bem, portanto, creio que o paciente padece de uma grave…hum...coisa proveniente do seu historial esclavagista de trabalho árduo. Portanto, mecanizou o seu método de trabalho após anos e anos de obliteração, adquirindo, até, tiques tais como… aqueles.”


Sr. Olegário, o Mete-Conversa – Normalmente conhecidos pela sua excessiva simpatia e pelas suas conversas sobre o tempo, fazem o possível para meter conversa com tudo e com todos, até mesmo com o cão que nem lá devia estar. A sua faixa etária é compreendida entre os 30 e os 40 anos.


Sr. Peixoto, o Calão – Simplesmente o que o cognome indica. São caracterizados por se sentarem e não cumprirem o seu dever. (Agora estão lixados porque há câmaras de vigilância que controlam tais atitudes). A sua faixa etária não exerce influência sobre a preguiça.


O Mário, o Pintas – Metem conversa com todos os indivíduos, de preferência, os do sexo feminino. Fisicamente são aquilo a que a minha avó (do Rubeus, o Gallo) chama chupadinhos, ou seja, magricelas. Em termos de gadelha ou são carecas, ou usam cabelos espetados lambidos de gel ou uma farta cabeleira atada num rabo-de-cavalo. Tecem comentários menos próprios (piropos), bocas e têm a mania que têm piada.

Situação: Ana Rita – nome fictício – cantava com a sua voz melo(dio)sa fazendo exacerbar até às lágrimas quem a ouvisse. Eis senão quando, lá ao longe, as portas daquela que era a nossa magnífica carruagem fazem pff e se abrem. Lá vinha ele. Logo adivinhei naquele olhar a sua vontade perversa de mandar um piropo. Todo aquele cabelo oleoso e toda aquela caspa presa entre os fios de cabelo, aquela uni sobrancelha, aquele bigode mal semeado…Era Mário. O Mário.
Abstraída daquele mundo que é a carruagem, Ana Rita continuava a cantar e a cantar continuava, não percebendo o que se avizinhava. Eis que, do nada, ouve-se uma voz gingona que trovou assim:
“Oh fofa, gostas de cántar? Então vai aprender! EhEh! Mas gostas dessa cántiga? Então não a estragues. EhEh!"

O mundo de Ana Rita desmoronou-se naquele exacto momento. Ana Rita fica boquiaberta apenas com coragem suficiente para mostrar o passe. Fim de Situação

Continua…
Na próxima edição, rubrica de José Hermano Saraiva.


By Oamis, o Faraó e Rubeus, o Gallo

Metrossexualismo - Breve Resumo da sua Breve História

Vamos decerto iniciar uma nova e longa era de vasta discussão em torno deste novo problema que vou colocar ao longo de vários posts (como que em fascículos) no "Ideias a Preto e Branco".

Creio que hoje em dia o conceito que vai servir de base para esta inovadora “tese” está bastante difundido e cada vez mais existem (in)felizes criaturas de Deus que se inserem neste grupo.

Estou evidentemente a falar do
metrossexual.
Ora, metrossexual, como podemos constatar é uma palavra composta por aglutinação, ou seja, metrópole + heterossexual.

Para melhor analisar o nascimento deste conceito surgido na década de 90, creio que é de bastante bom-tom analisar cada uma das palavras quanto à sua etimologia.

(metro) Metrópole é portanto a latinização da palavra grega Métrópolis que significa cidade-mãe (querendo Métra significar Matriz e Pólis, cidade).
Metrópole significa hoje em dia uma cidade com grande desenvolvimento populacional, comercial e económico.
(sexual) Heterossexual é qualquer pessoa que se sente atraída física, emocional, estética e espiritualmente por pessoas do sexo oposto.

Metrosexual é, como podemos concluir (e com base no conceito publicado pela primeira vez em 1994 pelo jornalista britânico Mark Simpson), um homem heterossexual urbano excessivamente preocupado com a aparência.

Muitas vezes, este conceito é associado á cultura gay e foi alvo de tabus durante variadíssimos anos.
Somente em 2002, quando novamente, Mark Simpson publicou novo artigo, este termo se popularizou.
Ajudou certamente à sua popularização o facto de a super-estrela David Beckham ser incluída por Mark Simpson num rol de personalidades consideradas metrossexuais.

Para situar o leitor no mundo metrossexual em Portugal, contamos com José Castelo-Branco, e quase a totalidade do elenco masculino da serie “Morangos Com Açúcar”, entre muitos outros.



No próximo post introduzirei o tema “Metrossexualismo antes de Mark Simpson?”

Uma Carta de Eça de Queirós

"Uma Carta de Eça de Queirós

Ilmo. e Exmo. Senhor Pinto Coelho, digno director da Companhia das Águas de Lisboa e digno membro do Partido Legitimista.

Dois factores igualmente importantes para mim me levam a dirigir a V. Ex.ª estas humildes regras: o primeiro a tomada de Cuenca e as últimas vitórias das forças carlistas sobre as tropas republicanas, em Espanha; o segundo é a falta de água na minha cozinha e no meu quarto de banho.
Abundaram os carlistas e escassearam as águas, eis uma coincidência histórica que deve comover duplamente uma alma sobre a qual pesa, como na de V. Ex.ª, a responsabilidade da canalização e a do direito divino.
Se eu tiver a fortuna de exacerbar até às lágrimas a justa comoção de V. Ex.ª , que eu interponha o meu contador, Exmo. Senhor, que eu o interponha nas relações da sensibilidade de V. Ex.ª com o mundo externo! E que essas lágrimas benditas, de industrial e de político, caiam na minha banheira!
E, pago este tributo aos nossos afectos, falemos um pouco, se V. Ex.ª o permite, dos nossos contratos. Em virtude de um escrito, devidamente firmado por V. Ex.ª e por mim, temos nós – um para com o outro – certo número de direitos e encargos.
Eu obriguei-me para com V. Ex.ª a pagar a despesa de uma encanação o aluguer de um contador e o preço da água que consumisse. V. Ex.ª, pela sua parte, obrigou-se para comigo a fornecer-me a água do meu consumo. V. Ex.ª forneceria, eu pagava. Faltamos evidentemente à fé deste contrato: eu, se não pagar, V. Ex.ª, se não fornecer.
Se eu não pagar, V. Ex.ª faz isto: corta-me a canalização. Quando V. Ex.ª não fornecer, o que hei-de eu de fazer, Exmo. Senhor?
É evidente que, para que o nosso contrato não seja inteiramente leonino, eu preciso no caso análogo àquele em que V. Ex.ª me cortaria a mim a canalização, de cortar alguma coisa a V. Ex.ª... Oh! E hei-de cortar-lha!...
Eu não peço indemnização pela perda que estou sofrendo, eu não peço contas eu não peço explicações, eu chego a nem sequer pedir água! Não quero pôr a Companhia em dificuldades, não quero causar-lhe desgostos, nem prejuízos!
Quero apenas esta pequena desafronta, bem simples e bem razoável perante o direito e a justiça distributiva: quero cortar uma coisa a V. Ex.ª !
Rogo-lhe, Exmo. Senhor, a especial fineza de me dizer imediatamente, peremptoriamente, sem evasivas, nem tergiversações, qual é a coisa que, no mais santo uso do meu pleno direito, eu posso cortar a V. Ex.ª.

Tenho a honra de ser,
De V. Ex.ª
Com muita consideração e com umas tesouras,
Eça de Queirós"

Querido Monstro que está dentro do meu roupeiro…

Sabes que às vezes tenho um certo receio de que saias de dentro desse medonho armário e me leves para as profundezas desse hediondo mundo em que habitas.

Sabes que até te tenho uma certa estima, uma vez que partilhas comigo o mesmo quarto há já quase 3 anos.
Parabéns meu monstruoso companheiro de quarto!
Às vezes tenho a tentação de deixar a porta do armário entreaberta para que possas espreitar para este maravilhoso em que vivo, e para que possas iluminar tão sombrio mundo.

Qualquer dia juro que te convido para um cházinho nesta formidável e vasta casa que possuo.
Aposto que adoras o sabor “Lama e Algas do Pântano”, e acompanhado por umas bolachinhas de manteiga, hmm… hmm…

Portanto, sem mais nada a acrescentar, despeço-me com cordiais apertos de mão.

Um Grande Mau Haja
Do Sempre
(Até mudar de casa)
Teu:

Monstro das Bolachas

P.S.: Ultimamente a despensa anda muito vazia, qualquer dia mudo-me mesmo.

"Caros" Anti-semitas

Aos ANTI-SEMITAS – QUE – TÊM – INTENÇÕES – DE – IR -VER – A – FARSA – DE – INÊS – PEREIRA

Escrevo-vos, meus "caros", pelo medo que vos tenho. Peço-vos, de joelhos no chão, que fazendo eu de judeu, não tenham acessos de raiva suficientes para espumar da boca e partir para a violência. Devo informá-los de que não fui eu que escolhi fazer de judeu e, como tal, não posso assumir responsabilidades.
Também devo apelar à vossa inteligência para o facto de eu não conhecer nenhum preto judeu.
Como tal, não assumam, por favor, interpretações precipitadas das minhas vestes (e de todo o tipo de coisas que identificam a minha personagem). Devo acrescentar também, que, não bastando ser anti-semita, alargam todo o vosso ódio e raiva a outras raças, ou seja, se são racistas de uma forma mais abrangente, peço-vos que deixem as armas em casa e que se abstenham de proferir comentários menos próprios, porque sou preto e não há volta a dar. Sou e pronto. (E gosto!)
Peço-vos também que, caso não se contenham, não me batam com muita força, que todo negro já eu sou. Peço-vos também, que me deixem os meus 32 dentinhos, que são as únicas coisas brancas que tenho e gosto de ter. Eu não me queria esticar mas peço também que, se tiverem que me bater, que o façam depois da estreia e de preferência lá fora, porque as senhoras raramente lavam o chão do auditório e o sangue custa a sair.
Despeço-me com a esperança que não irão ver a farsa e de que, lendo esta carta, não tenham ganhado (está certo!) vontade de me bater.

P.S.: Uma vez vi um sketch em que um membro do Klu Klux Klã proferia impropérios contra indivíduos de raça negra. Quando ele tira o capucho vemos que é um preto que é cego e que não sabe da cor que tem.(Dá que pensar...)

"Fraternalmente" (não literalmente, não se ofendam),
Rubeus, o Gallo

Não Fiz


Às vezes metemo-nos a pensar em coisas…
Às vezes até são coisas que fazem sentido mas que, quase desde sempre, somos programados para não pensar.

Coisas que pensamos, pensamos fazer e, quando realmente chega o momento de as fazer, não podemos ou não temos coragem para as fazer.
Talvez porque somos programados para não o fazer e nem sequer nelas pensar, talvez por impotência, ou talvez por… não sei…

Vamos à questão: Vai um homem no comboio, com um ar triste, abatido, quase desesperado, baseando-nos no olhar é o que podemos verificar, de repente, adormece e acorda… No tempo destas reticências, já era tarde de mais, MERDA, tinha passado a estação.

O homem vai a correr, tentado em vão, sair pela porta que já estava trancada, e o comboio, este colosso egoísta que não espera por ninguém, começa a andar com a estação a ficar para trás.
O pobre homem volta ao seu lugar, com a expressão ainda mais vincada de tristeza.
Por debaixo daquele ar triste, o homem tinha a sua expressão de bondade, decerto que a tinha, pois todos os homens são bons nem que seja num pequeno fragmento do seu instinto.
Às vezes basta um impulso, um empurrão!

Quando o homem se levantou de rompante, as poucas pessoas que estavam naquela carruagem olharam para ele, umas com pena, outras com outro sentimento qualquer.
Aí está a questão, eu senti pena, a senhora de cor sentiu pena, o idoso que estava ao lado, também ele digno de reparo, sentiu pena, todos sentimos pena… Mas não houve uma pessoa que o demonstrasse.
Verdadeiramente, queria dizer ao pobre homem que já estava tudo bem, que a vida era o tradicional sonho que sempre queremos que seja e que não havia motivos para estar assim…

Mas não, não o fiz, e na estação seguinte saí eu, com toda a calma que o homem não pôde ter para nem sequer conseguir sair na sua estação.
E como tanto critiquei e condenei neste texto: pensei, pensei fazer, e MERDA,
Não Fiz!

Hipérbole

A manhã nasce devagar, enquanto o sol ,a espreguiçar-se, estende os seus braços pelas colinas verdes que aqui abundam. Os pássaros cantam ao ritmo do vento que assobia e abraçam as árvores, criando um som único e calmante. O rio, lá ao longe, também toca uma sinfonia num tom fresco e agradável.
A manhã. A manhã nasce. Nasce devagar.

Não consigo escrever.

Eis o que nos acontece quando, querendo escrever, estamos divorciados da imaginação. Mentimos descarada e conscientemente. Tornei o Pendão, o local onde vivo, um local um tanto sujo e cinzento, num espaço quase ideal. As colinas (quase) verdes de que falo, são montes sujos e amarelos que servem de ferro-velho e de abrigo a minifúndios de má qualidade. Os pássaros… Os pássaros não são assim tantos os que aqui se atrevem e desejam cantar. O vento aqui é forte e de facto faz abanar os plátanos sempre monotonamente outonais. Nus, sem brilho, mortos. O rio, que há muito que não é límpido, corre e arrasta com a sua corrente o lixo que lhe entregam.

Se calhar não estava tão desassociado da imaginação para mentir com tanto "engenho e arte”.

De facto a manhã, aqui, nasce devagar. Olhando para os carros lá em baixo a buzinar e a esperar inquietamente que a fila ande só mais meio metro. A manhã nasce devagar com o raio dos dois cães (de pequena estatura) que com ar superior e irritante ladram e ameaçam morder. A manhã nasce devagar quando no comboio o silêncio não é agradável mas sim um punhal. Quando as caras das pessoas não são brancas, não são pretas, não são amarelas, não são sorridentes, vivas (!) ... são cinzentas e ausentes de sangue vermelho.

Mais um dia. É apenas mais um. E a manhã? A manhã nasce devagar.

A Primeira Ideia a Preto e Branco

Após longos meses de reflexão, jogos de persuasão e chantagem emocional, Ruben e Simão, num acto de ousadia nunca vista, não podendo jogar dominó na parada, nem à batota no café, decidiram incluir-se neste vasto mundo que é a blogagem.

A baixo o perfil das duas mãos escrito pelos dois pés restantes.:

Por Oamis, o Faraó ( Simão) :

Bolas!
Nunca pensei vir a ter a porcaria duma página com facilidade de publicação de conteúdos a que chamamos blog!

Mas a verdade é que um convite bastante sério e mesmo obscuro por parte do meu prezado colega Ruben me fez abrir os olhos para o maravilhoso mundo da blogagem.

Ora pois muito bem, lá está! O Ruben!
É um sujeito negro que admito me fez alterar a posição que tinha em relação aos negros!
Eu achava que os negros tinham por vocabulário base: “Xééé”, “Xéué”, “Baza”, “Sócio”, “Dred”, e por aí adiante!

Ora, chiça!
Quando o ouvi dizer: “Desculpe, faria o obséquio de me informar acerca da localização do café mais próximo” e o homenzinho se viu forçado a responder “Localiza-se a aproximadamente a 200 metros”, mudei inteiramente a minha opinião.

Só para terem a noção da fama deste Ruben, conheci-o mesmo antes de o conhecer.

“Tenho lá um pretinho que canta mesmo bem” – Frase imensamente repetida pela minha amada e querida mãe, que por coincidência era professora de música deste rapaz.

Quando o conheci efectivamente, era assim o oposto de mim… era palhaço, extrovertido, sociável, palhaço e cara-de-pau, e… palhaço.
Depois, entrou para a igreja e lá ganhou umas bases morais e éticas!

Depois, foi escola de teatro.
Eu que sempre o tinha visto como um homem da cantoria afinal era sim, um homem das duas faces (não se assustem, lá por ser café-com-leite, não quer dizer que tenha duas faces).

Ora bem, é um rapaz que dá para se falar, até porque quando não há tema de conversa podemos sempre debater se “Nosso” Senhor Jesus Cristo tinha ou não filhos (digo-vos já que ainda não chegamos a nenhuma conclusão)

P.S.: Neste momento acredito que o que vos está a passar pela a cabeça é:

“Hmm… pois… exacto…certo…é nítido…ah…claro…pois…é simples… Acabei por não conhecer nada a mais deste tão obscuro rapaz que é o Ruben Chama”, mas aí é que vocês se enganam. Aí é que está a arte deste texto, consegui escrever uma página inteira de Word sem que vos desse a conhecer nada de novo, e porém, prendi a vossa atenção, senão não estariam a ler este P.S. parvo que me apeteceu por.



Por Rubeus, o Gallo (...Ruben) :

O Simão...

O Simão...
Quando o conheci pensei que ele era um nhanhas, sim, um nhanhas! Aquele tipo de pessoas sem sal, tímido e sem nada no miolo. Aliás ele tem cara disso... (ele não parece o Tintim?..). Bom, mas ele até é bom rapaz, coitado, até é inteligente e até se consegue ter uma conversa de jeito com ele. Mas ele (além da cara) tem outros defeitos: é branco, logo para começar ( ATENÇÃO: este comentário pseudo – xenófobo, tal como a palavra pseudo diz, ou seja, diz que é falso, portanto... aaa ...onde é que eu ia?...portanto xenófobo...pseudo- xenófobo...portanto...), continuando... é mais alto que eu [ eis outro defeito que me faz espécie (??? raio de expressão...)] , tem a mania que sabe mais que eu, o que algumas vezes é verdade. Só às vezes. Poucas. Eu tenho razão mais vezes que ele. Ele sabe. Aliás eu para ele sou como um Mestre. É. Mas pronto, falando do rapaz, ele escreve muito bem , daí “ter-me dado na telha” fazer, com ele,um blog coisa que ele, digo eu, nem imaginava!! (foi difícil -- eu e os meus poderes de persuasão!) É bom rapaz, o moço. É .
Não sei é porque é que ele escolheu este nome – Oamis , o Faraó – que é isto? Bah !( expressão de banda desenhada que se usa em tom de escárnio. Só eloquência. Eheheh – olha!- mais uma expressão de banda desenhada que signif... hum ... forget it).

E AGORA A DEDICATÓRIA LAMECHAS :
Simão, tu estás cá, meu!.....Yow (movimento “cool” com a mão /movimento trissomia 21)....Man......(peço perdão por este meu ataque DZRT .)